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Daiane participará de evento teste em Londres |
Quando Nadja Ostapenko atendeu o telefone, ouviu o desejo de boas-vindas e um pedido. Daiane dos Santos queria rever seus ex-treinadores, que estão de volta ao Brasil após três anos para descobrir novos talentos no Centro de Excelência de Ginástica, em Curitiba. Queria também contar com o olhar clínico de Oleg para avaliar as séries que irá apresentar no evento-teste de Londres, última chance de carimbar o passaporte para as Olimpíadas. Recado dado, portas abertas. Daiane passou a mão na mala, chamou suas companheiras de Pinheiros e partiu para duas semanas no sul, sob a batuta do ucraniano. Como nos velhos tempos. E não demorou muito para que Oleg apontasse as falhas e fizesse os ajustes necessários para que a ex-pupila ganhe uns pontinhos em suas apresentações. "Nesses dias que passei lá em novembro, ele me deu uma nova série no solo. Mudou uma passada para que eu ganhe bonificação. Se concentrou em "limpar" minhas séries para que eu possa executá-las melhor. Vamos ver. Eu treinei muito tempo com ele, o trabalho dá muito certo. Oleg não mudou nada, me recebeu muito bem", disse. É por essas e outras que Daiane sonhava com uma reedição da seleção permanente com ele novamente à frente. Durante dois ciclos olímpicos, o exigente técnico fez o que parecia impossível. Fez a ginástica feminina crescer, aparecer e merecer o respeito mundial. Depois dos Jogos de Pequim-2008, resolveu deixar o país e seguir para a Rússia, onde treinou a equipe juvenil local. "É sempre bom estar em Curitiba... Tenho um carinho fenomenal e uma gratidão enorme por Oleg. Ele ajudou uma seleção inteira. O que temos que fazer agora é acreditar que temos condições de conquistar uma dessas quatro vagas que estarão em jogo na disputa por equipes. Sei que para conseguir uma vaga no solo não é fácil. Voltei há quatro meses e tem gente trabalhando há três anos. Mas vai depender de mim. Ginástica depende muito dos treinos e do dia também. E vamos fazer o máximo para dar certo". Ela lembra que no Mundial de Tóquio, em outubro, as coisas não saíram como o esperado. As lesões atrapalharam. O grupo também não se comportava como tal, tinha lá as suas diferenças. Resultado: voltaram para casa de mãos vazias e apostando todas as fichas na repescagem de janeiro. "Mas aquela fase passou. Estamos numa nova agora. Estamos naquela de que temos que corrigir de qualquer jeito. Conversamos, curamos as feridas e voltamos para a batalha", garante Daiane.