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Descubra iniciativas que formam a nova geração de jazz em Salvador

Entre tambores e sopros, o jazz em Salvador segue firme com projetos que renovam o cenário da música instrumental; saiba onde fazer aulas gratuitas

Mariana Barreto • 03/05/2025 às 11:55 - há XX semanas

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O jazz segue forte nos palcos de Salvador. Porém, antes mesmo do gênero desembarcar na região, a Bahia já respirava música instrumental com os ritmos de matriz afro-brasileira. O encontro do improviso do jazz com a musicalidade da Bahia trouxe uma identidade sonora singular com batidas de liberdade e ancestralidade.


				
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Descubra iniciativas que formam a nova geração de jazz em Salvador. Foto: Ligia Rizeiro

A improvisação e a liberdade rítmica já estavam presentes na música baiana, o que fez com que o jazz fosse facilmente abraçado pelos músicos da região. A baterista Lorena Martins, integrante do coletivo Jam Delas, define essa conexão do jazz com a Bahia como uma beterraba.

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“A musicalidade da Bahia é uma musicalidade beterraba, sabe? A beterraba, quando está na comida, pinta tudo de vermelho. Onde ela tiver, ela pinta. A música da Bahia é assim. Não foi o jazz que abraçou a Bahia, foi a Bahia que engoliu o jazz, engoliu o samba. A gente tem um jeito muito peculiar de fazer música aqui, seja ela qual for.”


				
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Festival de Música Instrumental da Bahia. Foto: Reprodução/Facebook

Esse encontro ganhou força ao longo dos anos, impulsionado por movimentos como o Festival de Música Instrumental da Bahia, que evidenciou artistas locais e abriu portas para novas gerações. Orquestras como a Rumpilezz, liderada pelo maestro Letieres Leite, também reafirmaram a Bahia como centro cultural de música instrumental, misturando os sopros do jazz às claves do candomblé e do ijexá.

Além disso, bares e casas de show passaram a abrir espaço para que o gênero pudesse se desenvolver na cidade, com artistas talentosos ocupando os palcos com criações autorais e interpretações marcantes.

Nesta semana em que é celebrado o Dia Internacional do Jazz, a série especial do Mundo GFM mostrou como essa trajetória foi construída, trazendo espaços que abraçam os músicos até as mulheres que vêm transformando esse cenário em Salvador. Agora, nesta última reportagem, o foco se volta para o futuro com projetos que incentivam e garantem a formação de novos talentos na capital baiana.

Instituto Rumpilezzinho: legado de Letieres Leite


				
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Instituto Rumpilezzinho premiado no Rio de Janeiro. ​Fotos: Reprodução / Redes sociais / Marcella Saraceni / Funarte

Um dos principais legados do maestro Letieres Leite (1959–2021) nesse processo educativo de música instrumental é a criação do método UPB (Universo Percussivo Baiano) e a fundação da Orkestra Rumpilezz. Com ele, surgiu o Rumpilezzinho, projeto socioeducativo que usa o método em jovens músicos.

“São formações que trazem a história da cultura, não é só o aprendizado do instrumento sem o o conteúdo. Se aprende música, se aprende a compor e a arranjar, a partir de matrizes rítmicas”, explica Guiga Scott, um dos organizadores da Orkestra.


				
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Instituto Rumpilezzinho premiado no Rio de Janeiro. ​Fotos: Reprodução / Redes sociais / Marcella Saraceni / Funarte

O projeto já conta com um repertório próprio, com músicas compostas em conjunto nas aulas. Este ano, começaram a gravar essas canções e foram premiados. "São as sementes que Leitieres plantou e que estão brotando", disse Guiga.

O programa Rumpilezzinho seleciona, anualmente, 25 jovens estudantes de música por meio de convocatórias públicas. Os selecionados participam de um curso com duração de três anos, estruturado em aulas práticas com diferentes instrumentos como piano, baixo, guitarra, flauta, percussão, bateria e instrumentos de sopro.

Atualmente, o processo seletivo está suspenso, mas o Instituto Rumpilezz segue ativo nas ações de formação e preservação do legado do maestro.

Hi Hat Girls: oficinas de bateria para mulheres


				
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Oficina de bateria 'Hi Hat Girls' em Salvador 2025. ​Fotos: Reprodução / Redes sociais

Outro projeto que foca na formação musical é o "Hi Hat Girls", realizado em Salvador por Lorena Martins. Desde 2017, a baterias ministra oficinas de bateria voltadas exclusivamente para mulheres. A iniciativa nasceu no Rio de Janeiro como uma revista idealizada por Julie Souza e se expandiu, oferecendo ensino gratuito e inclusivo do instrumento.

A última edição da oficina ocorreu em março deste ano, no Colaboraê, no Rio Vermelho, mas em breve terão novas inscrições abertas. As oficinas são divulgadas pelo Instagram do projeto.

Jazz na Avenida: novo instituto para formação musical

Quem também aposta na formação de novos músicos é o Jazz na Avenida. O espaço e Associação JNA, presidida por Laurent Rivemales, está com um projeto para criar o Instituto de Formação Musical, que vai oferecer oficinas e atividades formativas gratuitas.

Antes de ser lançado, o Instituto aguarda o processo de liberação de uma verba de R$ 60 mil do Ministério da Cultura, que será o apoio base para a realização das atividades de educação musical, abrindo caminhos para novos talentos.

Educação como chave para o jazz seguir forte em Salvador

Com esses e outros projetos espalhados pela cidade, Salvador vem fortalecendo a identidade do jazz na região. É na junção entre tradição e renovação, entre os mestres e os aprendizes, que o jazz baiano segue crescendo, se reinventando e inspirando novas gerações, assim como diz Zeca Freitas, o jazz pertence ao futuro.

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