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SAÚDE

Dieta menos calórica pode retardar efeitos do envelhecimento

Estudo mostra que mudança na alimentação ajuda a conter alterações no relógio biológico

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Redação iBahia

11/08/2017 às 12:15 • Atualizada em 01/09/2022 às 1:41 - há XX semanas
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Se fosse possível tornar real um elemento das histórias fantásticas, muita gente escolheria a fonte da juventude. Com os avanços da medicina, no entanto, isso talvez não seja mais necessário. Estudos desenvolvidos nos Estados Unidos e na Espanha mostram que uma dieta 30% menos calórica pode reduzir o envelhecimento por atuar positivamente sobre o relógio biológico.

Para estabelecer conexões entre o relógio biológico e o envelhecimento, os cientistas do Centro de Epigenética e Metabolismo da Universidade da Califórnia analisaram o tecido do fígado de dois grupos de camundongos aos seis meses e aos 18 meses de vida. O fígado foi o órgão escolhido por atuar na distribuição de energia do organismo.

Após o procedimento, os cientistas constataram que, embora o ciclo de 24 horas do sistema metabólico geral controlado pelo relógio biológico não tenha sofrido alterações nas duas fases da vida dos roedores, houve mudanças significativas no tecido do fígado: as células mais antigas do órgão processavam a energia de forma ineficiente. Depois, os médicos observaram outro grupo de camundongos submetidos a uma dieta 30% menos calórica, e ao fim de seis meses perceberam que a energia foi processada de forma mais estável, retardando o envelhecimento.

— Na verdade, a restrição calórica funciona rejuvenescendo o relógio biológico de uma maneira muito poderosa. Neste contexto, um bom relógio significava um bom envelhecimento — afirma Paolo Sassone-Corsi, diretor do centro de Epigenética e Metabolismo.

Funções inalteradas ao longo do tempo


Experimento parecido foi realizado por médicos do Instituto de Pesquisa em Biomedicina de Barcelona, mas, dessa vez, as estruturas analisadas foram células-tronco da pele de ratos. Assim como no estudo da Universidade da Califórnia, os cientistas espanhóis perceberam que a redução calórica fazia com que as funções rítmicas de estruturas relacionadas ao rejuvenescimento permaneceram inalteradas ao longo do tempo.

— A dieta com baixas calorias contribui muito para prevenir os efeitos do envelhecimento fisiológico. Comer menos parece evitar o envelhecimento dos tecidos e, portanto, evitar que as células-tronco reprogramem suas atividades circadianas— explica Salvador Aznar Benitah, que liderou o estudo espanhol.

Entre os mecanismos para reduzir o consumo de calorias na alimentação, os médicos apontam mudanças como a substituição de frituras por alimentos cozidos, além do aumento do consumo de frutas e vegetais em detrimento de comidas ricas em carboidratos como pães.

Para o médico Walmir Coutinho, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, é necessária uma mudança de hábitos:

— Há algum tempo se sabia que a restrição calórica era eficaz para aumentar a sobrevida, mas o motivo não era conhecido — analisa. — Esses estudos apontam para a relação com o ritmo circadiano e, assim, o que a pessoa pode tentar fazer é não sucumbir às armadilhas do meio ambiente moderno obesogênico, que conspira cada vez mais para todos ficarem com excesso de peso. Isso também depende de uma postura mais ativa das autoridades.

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