O ator Chadwic Boseman, que fez o Pantera Negra nos cinemas, faleceu de câncer colorretal há poucos dias. Ele lutava contra a doença há quatro anos. Este é um tipo de câncer que matará quase 20 mil pessoas em 2020 no país, e atinge a marca de 40 mil novos casos todo ano, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
O Setembro Verde, mês de conscientização e prevenção à doença lançado pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), lembra que, por ser uma doença silenciosa, ela merece atenção e exames de rotina a partir dos 50 anos.
Segundo o médico Luciano Ferreira, a prevalência da doença é alta entre homens e mulheres, com tratamento que exige cirurgia de alta complexidade e custo elevado. Com diagnóstico precoce, o câncer colorretal é tratável. A prevenção garante que muitos casos pré-neoplásicos não se tornem malignos.
"Em tempo de pandemia, sabemos que as pessoas deixaram de fazer seus exames de rotina e há ainda quem está com sintomas, mas não procura atendimento, por vergonha ou pelo atual medo de ser contaminado pelo covid-19", explica ele, que é coloproctologista e presidente da Coopercolo (Cooperativa de Coloproctologia e Cirurgia Geral, Oncológica, Ginecológica e do Aparelho Digestivo da Bahia),
Causa
O câncer colorretal é causado pelo crescimento desenfreado e desordenado de células do intestino grosso, que está localizada entre o ceco (início do órgão) e o reto (última parte do órgão).
Sintomas
Os principais sintomas incluem mudanças intestinais (diarreia ou constipação), dor e desconforto abdominal e anal, sangramento anal e fecal. Em alguns casos, há também a sensação de que o intestino não esvaziou após a evacuação, além de perda de peso, fadiga constante, anemia, náuseas e vômitos.
Fatores de risco
Idade acima de 50 anos e histórico familiar da doença são fatores de risco não modificáveis. Pacientes acima dessa faixa etária, bem como aqueles que possuem doenças inflamatórias intestinais, precisam fazer exames de rotina. Entre os fatores que tornam alguém propenso à doença e que podem ser modificados, estão a ingestão excessiva de carnes vermelhas processadas (mais de cinco porções por semana), dietas pobres em frutas, legumes e verduras, obesidade e o sedentarismo.
Diagnóstico
Sintomáticos devem buscar atendimento com um coloproctologista. E, como esta é uma doença silenciosa, pessoas acima de 50 anos ou que tenham fatores de risco associados devem fazer exames anuais. O diagnóstico é feito por exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos. Tumores e pólipos (lesões e massas anômalas) são detectados por colonoscopias.
Tratamento
Na maior parte dos casos, cirurgias são necessárias para retirar a parte do intestino e de linfonodos próximos da região atingida pela doença. Sessões de radioterapia (acompanhada ou não de quimioterapia) reduzem o risco de reincidência do câncer. O diagnóstico precoce é importante porque pacientes em metástase, com tumores espalhados por outros órgãos, como foi o caso do ator de Hollywood, têm menor possibilidade de cura.
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Redação iBahia
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