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"Chegou a minha vez", diz Fernando Guerreiro sobre violência

O desabafo foi publicado no Jornal Correio* desta sexta-feira (22)

• 22/06/2012 às 10:10 • Atualizada em 09/09/2022 às 9:02

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"Chegou a minha vez!" Foi a primeira coisa que passou pela minha cabeça quando fui abordado por um sujeito armado, ao saltar de meu carro, na frente da loja da Perini na Pituba. Meu querido bairro onde  nasci, cresci e onde moro há décadas foi mais uma vez invadido por uma promoção de uma rede de emissoras local, com um show de aniversário com atrações que atraem um público que tem fome de desordem e bagunça. No ano passado, o evento provocou assaltos, arrastões e crimes de toda natureza. Mesmo assim, a prefeitura liberou a praça onde funcionava o Clube Português para a repetição da “comemoração”. Resultado: bairro sem policiamento, novos arrastões, engarrafamentos monstruosos e nada de produtivo como resultado. Estava passando na Perini, ao voltar exausto de mais um dia de trabalho para fazer um lanche, quando percebi a aproximação do indivíduo. Por segundos pensei: vou arriscar. Como já estava fora do carro e avistei um segurança, resolvi sair correndo e gritando. Poderia ter sido atingido por disparos, mas também poderia ser levado no veículo e sofrer torturas físicas e psicológicas. Optei por correr e meu anjo de guarda e meus protetores espirituais me ajudaram. Para meu espanto, o segurança presente do lado de fora da loja não esboçou nenhuma reação, achando que se tratava de uma brincadeira (!!!!). O assaltante fugiu num Punto branco e, pasmem, voltou minutos depois e circulou por outro estacionamento da loja à procura de novas vítimas. Como a porta da loja é muito iluminada, não se consegue ler a placa do carro na filmagem. Voltei para o meu carro e o referido segurança sequer teve a gentileza de me acompanhar. Chegando em casa, liguei para a gerente Juliana, que me atendeu muito bem e explicou que o segurança não estava acostumado a trabalhar com a loja funcionando e por isso não teria reagido. Estamos vivendo uma situação de barbárie. Acabou o direito de ir e vir, a vida humana não vale mais nada. É um verdadeiro salve-se quem puder! Agora é de casa para o trabalho e do trabalho para casa. E continuar apostando na sorte e na espiritualidade para nos defender. E viva a crise na educação, o aumento da desigualdade social e a ineficiência da nossa polícia. Vamos ralar a bunda no asfalto e esquecer dos problemas. Salvador é uma cidade falida e sem dignidade, abandonada e desprotegida. Sem lei, sem ordem, entregue ao descaso e à maladragem. Espero que o nosso voto nas próximas eleições seja consciente e um ponto de partida, junto com outras ações, para mudar este estado de coisas.

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Desabafo Fernando Guerreiro Pituba Violência

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