O Sindicato dos Rodoviários não garante que vai haver um mínimo de 40% da frota - 60% nos horários de pico - circulando nesta quarta-feira (23), como foi determinado pela Justiça por conta da
greve da categoria. O presidente do sindicato, Manoel Machado, diz que existe uma intenção de comprir, mas não há como controlar os motoristas. "A nossa determinação é cumprir, mas depende da vontade dos motoristas. Se o motorista diz que não vai dirigir, quem vai obrigar? Nem a polícia pode", diz Machado. "Se a Justiça mandasse rodar com catraca livre, a gente ia para as ruas com 100% da frota". Machado diz que nem o sindicato nem as empresas têm "esse controle de cada motorista". Ele ainda reclama do fato da Justiça baiana não tratar o assunto com urgência. "Lamentavelmente, a própria Justiça decretou seis dias de greve, quando botou o julgamento para segunda-feira", diz, se referindo a uma audiência sobre o caso marcada para as 10h da manhã do dia 28. Segundo o diretor de imprensa do sindicato, Francisco Costa, essa decisão será tomada só a partir de amanhã. "Isso é a categoria quem vai dizer. Se os motoristas disserem na hora que não vão rodar (esse percentual), então não vamos rodar", diz Costa. Caso os motoristas decidam por colocar nas ruas a frota mínima, "o sindicato vai apoiar o que for correto", continua. O sindicato pretende fazer piquetes nas garagens de todas as empresas de ônibus já a partir da 0h, quando começa a greve. "Em cada garagem haverá um grupo de diretores", garante Costa. O Sindicato das Empresas de Transportes Geral (Setps) informou que vai pedir ajuda à Polícia Militar para evitar os piquetes. O não cumprimento da decisão judicial implica na aplicação de multa diária no valor de R$ 50 mil ao Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado da Bahia.