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Nova teoria resolve mistérios sobre origem do orgasmo feminino

Cientistas formulam explicação evolucionária para resposta sexual da mulher

Redação iBahia • 05/08/2016 às 13:06 • Atualizada em 29/08/2022 às 17:32 - há XX semanas

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Ao contrário do orgasmo dos homens, que leva diretamente à ejaculação, com a consequente liberação dos espermatozoides necessários para a fecundação, o orgasmo das mulheres não parece ter uma função biológica óbvia no sucesso reprodutivo. Tanto que pesquisas apontam que até 75% delas não costumam vivenciar esta explosiva sensação de prazer apenas com a penetração durante o ato sexual, e algo entre 10% a 15% relatam nunca a terem experimentado.
Diante disso, ao longo das últimas décadas diversas hipóteses foram levantadas para explicar o antigo mistério de sua existência para além de tornar o sexo prazeroso e inflamar sua prática, como num reflexo ao orgasmo masculino. A princípio, imaginou-se que o orgasmo feminino poderia ter uma ação mecânica, levando a teorias como de que as contrações uterinas associadas criariam um “vácuo” que ajudaria a sugar o esperma para mais fundo no aparelho reprodutivo, ou que a prostração propiciada por ele, chamado de “pequena morte” pelos franceses, estimularia a mulher a ficar deitada após o coito, evitando que os espermatozoides tivessem que “subir” para isso.
Mais recentemente, a descoberta de que o orgasmo leva à liberação no corpo da mulher das substâncias prolactina e, mais especialmente, de oxitocina, apelidada de “hormônio do amor”, levou muitos a acreditarem que ele serviria para reforçar os laços afetivos entre os parceiros, importantes para sua própria segurança no delicado período da gravidez e na criação dos filhos dela resultantes, ou mesmo como um tipo de “teste de qualidade” do macho. Agora, no entanto, uma dupla de biólogos da Universidade de Yale, nos EUA, propõe uma nova abordagem para a questão.
De acordo com análise publicada por Gunter Wagner e Mihaela Pavlicev na última edição do periódico científico “Journal of Experimental Zoology Part B: Molecular and Developmental Evolution”, o orgasmo das mulheres seria um “resquício evolucionário” dos tempos em que esta descarga hormonal estava diretamente ligada à ovulação da fêmea de um ancestral comum de todos mamíferos, que teria vivido algo como mais de 150 milhões de anos atrás. Este traço ainda está presente nas fêmeas de algumas espécies, como coelhos e esquilos, mas foi perdido nos humanos e outros primatas, que desenvolveram ciclos ovulatórios independentes da presença dos machos ou do estímulo do ato sexual.
— Estudos anteriores (sobre orgasmo feminino) tenderam a se focar mais na biologia humana e na modificação de um traço do que na sua origem evolucionária — explica Wagner.
Segundo os pesquisadores, apesar da enorme diversidade da biologia reprodutiva dos mamíferos, algumas de suas características podem ser acompanhadas ao longo de toda a evolução, e suas análises mostram que a ovulação induzida pelos machos teria surgido antes, com a ovulação cíclica, ou espontânea, só aparecendo depois, como um traço derivado do primeiro. Assim, embora tenha se tornado supérfluo do ponto de vista biológico para o sucesso reprodutivo, o orgasmo feminino se manteve e foi liberado para assumir papéis secundários no processo, do mesmo modo que penas, pelos, bexigas natatórias e outras características físicas de animais se originaram com um propósito e só foram cooptadas para outras funções depois.

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