A data redonda é 26 de maio. Mas as homenagens pelos 100 anos de Irmã Dulce começaram, oficialmente, ontem à noite, com a abertura da exposição 100 anos de Irmã Dulce: Encantos e Memórias, no Instituto ACM, no Terreiro de Jesus. Entre as preciosidades expostas, está uma das últimas cartas escritas pela beata, em agosto de 1990, apenas dois meses e meio antes de ser internada em definitivo, dirigida a sua irmã, Dulcinha. O registro está na escrivaninha que ficava em seu quarto e onde ela costumava responder às correspondências. A mostra também traz a cadeira de madeira onde a Bem Aventurada Dulce dos Pobres sentava-se para atender as 400 crianças que abrigava no Centro Educacional Santo Antônio (Cesa), na cidade de Simões Filho, fundado por ela em uma antiga fazenda agrícola doada pelo então governador da Bahia, Lomanto Júnior. Na época, o Centro funcionava como orfanato exclusivo para meninos em risco social. Cinquenta anos depois, tornou-se escola em tempo integral para meninos e meninas. “Irmã Dulce, sem dúvida alguma, foi a baiana que mais fez pelos pobres. Ela foi uma santa que operou muitos milagres em sua vida, como o de estender a mão e acolher aqueles que mais precisavam.
Daí porque a sua obra é eterna e, nesse momento, nada mais justo que homenageá-la e buscar o seu exemplo e a sua referência para que a gente possa ter, em cada cidadão, também um pouco de Irmã Dulce”, destacou o prefeito ACM Neto. O assessor de Memória e Cultura das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), Osvaldo Gouveia, que assina a curadoria da mostra ao lado de museólogos, conta que, em 1955, Irmã Dulce fez a promessa de só se sentar e dormir em cadeiras e camas sem qualquer acolchoamento ou conforto. “Era para buscar o máximo de sofrimento, como fez Cristo, para justificar o que ela estava fazendo”, opina Gouveia. A promessa só foi quebrada nos idos de 1986, por recomendação médica, quando a saúde da freira já estava bem debilitada. Esta é a primeira vez que os objetos e mobiliário de uso pessoal de Dulce são apresentados ao grande público, fora da sede das Osid, no Largo de Roma. “É uma emoção muito grande. Estamos ocupando um espaço onde ela sempre atuou. Agradeço ao Instituto por essa homenagem e espero que a abertura do centenário traga muita luz e muita paz à cidade”, afirmou a sobrinha de Irmã Dulce e superintendente das Osid, Maria Rita Pontes. O acervo ainda traz telas assinadas por anônimos e famosos, como o artista plástico Gustavo Moreno; um estandarte confeccionado pela escritora Mabel Velloso e outro vindo da região de Trevilho, na Itália; e ainda o genuflexório onde Irmã Dulce se debruçava para fazer sua orações. As comemorações do centenário se estendem até maio do ano que vem. A programação inclui o lançamento do filme Irmã Dulce, previsto para dezembro próximo, a publicação de livro e de um disco com músicas religiosas em homenagem a Dulce, e ainda, palestras e mesas redondas. No dia 25, véspera da data em que, de fato, se celebram os seus 100 anos, já está definida uma caminhada, às 16h, saindo do Bonfim e até o Largo de Roma, que hoje abriga a Praça Irmã Dulce e um busto feito por Bel Borba. “Irmã Dulce é um símbolo importante da Bahia. É um ícone pelo seu trabalho e todo legado que deixou. Reafirmo o nosso compromisso de estar presente em todas as etapas comemorativas do seu centenário”, garantiu o presidente da Rede Bahia, Antonio Carlos Júnior.Matéria Original Correio 24h Cem anos de féLeia também Salomão Zalcbergas expõe na Geleria Jayme FyguraOperários ficam soterrados após acidente em obra no Dique do TororóÁrbitro rouba a bola, tenta armar contra-ataque e leva carrinho; veja
No detalhe o genuflexório onde irmã Dulce rezava |
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