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Medo

Advogado de casal agredido por furto de leite relata ameaças

Crime aconteceu no bairro de São Cristóvão. Os dois foram acusados de roubar pacotes de leite em pó

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Redação iBahia

09/05/2023 às 8:31 - há XX semanas
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					Advogado de casal agredido por furto de leite relata ameaças
Foto: Reprodução

O casal agredido no estacionamento do supermercado Bompreço, na última sexta-feira (7), vem sendo ameaçado pelos agressores por meio de pessoas próximas. A informação foi divulgada por Walisson Pereira, advogado do casal.

Segundo informações do representante de defesa, os responsáveis pelas ações violentas eram policiais armados, contratados pelo supermercado para realizar a segurança do local. Entretanto, o Bompreço, que pertence ao Grupo Carrefour, informou ao Jornal Correio que não contrata policiais para atuar em suas equipes de segurança.

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Em mensagens de voz para o advogado, o casal relata receio. “Todo mundo está botando minha cara na televisão. Eu tenho um emprego de carteira assinada há um mês e já estão dizendo que sabem onde é o meu trabalho. Estão dizendo para a gente sair de onde a gente mora, porque os caras que foram demitidos podem fazer alguma coisa. Agora nós vamos ter que andar com medo, porque não sabemos quem é quem e eles eram policiais civis, andam armados”, disse a mulher em um dos áudios.

“Eu sei que eu estou errado, mas com uma criança pequena em casa e devendo dois meses de aluguel, sem ter para onde ir… Foi por necessidade mesmo. Mas o que ele deveria ter feito era levar a gente para a delegacia, que foi o que ele não fez. Espancou a gente”, disse o homem agredido, que se identificou como Jeremias. De acordo com ele, os dois chegaram a receber ameaças de morte.

O crime aconteceu no bairro de São Cristóvão. Os dois foram acusados de roubar pacotes de leite em pó da marca Ninho. As agressões e constrangimentos foram filmados e publicados nas redes sociais; e ganhou grande repercussão.

Nas imagens divulgadas, um dos agressores pergunta à mulher "Por quê você está aqui?", e ela responde que estava "precisando de coisas para a filha", e mostra a mochila. Em seguida, um dos homens dá um tapa em seu rosto. Ela tenta se proteger e o homem pede para que ela retire a mão do rosto. Depois, a outra vítima é mostrado sentado no chão e passa também por interrogatório, que inclui agressões no rosto.

Medidas

No domingo (7), a Polícia Civil da Bahia informou que a 12ª Delegacia, em Itapuã, irá abrir inquérito para investigar a situação. Segundo a polícia, não há nenhum registro do caso, mas a 12ª Delegacia tomou ciência do crime através de vídeos que viralizaram no fim de semana e vai começar a apuração.

Em contrapartida, a Carrefour informou, em nota, que o supermercado informou que não contrata, direta ou indiretamente, policiais para atuar em suas equipes de segurança. "Temos rigorosas regras de compliance que não permitem tal contratação. O contrato com a empresa CZ, que fazia a segurança da área externa da loja, previa a atuação de sete profissionais naquela unidade, dos quais nenhum era policial", diz o texto.

Ainda em nota, o Bompreço informou que fez uma denúncia de agressão e lesão corporal à Polícia Civil. Essa denúncia foi registrada eletronicamente, com número de protocolo 2023/0000257096-0, e encaminhada à 12ª Delegacia Territorial/Itapuã. "Estamos colaborando, inclusive com a disponibilização de imagens das câmeras de segurança da loja, para a elucidação deste crime", continua a nota.

A empresa informou que um dos homens que aparecem na filmagem não fazia parte do quadro de funcionários do mercado. "Em um vídeo que mostra a lamentável agressão ocorrida no Big Bompreço de Salvador, na semana passada, é possível identificar que o agressor tem uma tatuagem na mão. No avanço das nossas investigações internas, apuramos que nenhum profissional direto ou indireto que atua na unidade tem essa tatuagem.", conclui.

Anteriormente, o Bompreço já havia informado ao CORREIO que decidiu desligar a liderança e toda a equipe de prevenção da loja. O grupo alega que tomou conhecimento do vídeo, e que determinou que seja realizado um registro de agressão e lesão corporal na polícia, para que o crime seja apurado. "Estamos colocando à disposição da polícia as imagens das câmeras de segurança, para que haja a identificação dos autores", diz nota.

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