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Crime

Após 22 anos, Justiça realiza júri popular do caso Lucas Terra na Bahia

Adolescente tinha 14 anos quando foi morto em 2001. Julgamento começa nesta terça-feira (23) e deve ir até a sexta (25).

Redação iBahia • 25/04/2023 às 7:04 - há XX semanas

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					Após 22 anos, Justiça realiza júri popular do caso Lucas Terra na Bahia
Foto: Reprodução / TV Bahia

Dois pastores evangélicos acusados de estuprarem e assassinarem o adolescente Lucas Vargas Terra serão julgados nesta terça-feira (25), em Salvador. O júri será realizado no Fórum Ruy Barbosa, e a previsão é de que seja concluído na sexta-feira (28). O crime aconteceu em 2001 e Lucas Terra tinha 14 anos, quando foi estuprado pelos pastores Joel Miranda e Fernando Aparecido da Silva, após flagrar uma relação sexual entre os dois.

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Após o flagra, que aconteceu dentro de um templo da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro do Rio Vermelho, na capital baiana, os dois réus colocaram o adolescente dentro de uma caixa de madeira.

Lucas Terra foi queimado vivo em um terreno baldio na Avenida Vasco da Gama. Joel Miranda e Fernando Aparecido da Silva serão julgados pelos crimes de homicídio qualificado por motivo torpe e ocultação de cadáver. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) não informou se eles também irão a júri pelo abuso sexual. Além dos dois, o pastor Silvio Galiza também foi acusado do crime, condenado e preso em 2007, mas teve pena reduzida e ganhou liberdade condicional, em 2012.

Os acusados são:

- Joel Miranda: na época do crime, Joel era pastor da Igreja Universal no Rio Vermelho - onde o estupro teria acontecido. Após o crime, ele se mudou para o Rio de Janeiro, onde até 2022 comandava uma igreja.

- Fernando Aparecido da Silva: em 2001, Fernando trabalhava no Templo da Pituba. Após o crime, ele passou a comandar uma igreja em Minas Gerais.

Crime

- O crime aconteceu no dia 21 de março de 2001, dentro de um templo da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro do Rio Vermelho.

- Na época, o pai da vítima contou que o adolescente teria sido estuprado e morto após ter flagrado os pastores Joel e Fernando tendo relações sexuais.

- Após presenciar a cena, o adolescente teria sido estuprado, colocado dentro de uma caixa de madeira e queimado vivo em um terreno baldio na Avenida Vasco da Gama, em Salvador.

Investigações

- O pastor Silvio Galiza foi condenado a 18 anos de prisão em 2004 e cumpriu cerca de sete anos de regime fechado. Em 2012, ele ganhou liberdade condicional.

- Em 2007, Silvio denunciou os pastores Joel Miranda e Fernando Aparecido da Silva por envolvimento no crime. Ele também informou a motivação do crime, que teria sido o flagrante da relação sexual entre Joel e Fernando.

- Em 2008, o pastor Fernando Aparecido da Silva chegou a ser preso, mas em poucos meses, passou a responder o processo em liberdade.

- Em novembro de 2013, a juíza Gelzi Almeida inocentou Joel e Fernando. A família de Lucas recorreu e, em setembro de 2015, o recurso de apelação foi julgado pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). Os desembargadores decidiram, por unanimidade, que os religiosos fossem à júri popular. Foi então a vez da defesa dos ex-bispos recorrerem. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou a decisão do TJ-BA.

- Em abril de 2017, o STJ negou recurso especial para os acusados, que pediram a suspensão do júri popular.

- Em 2018, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, anulou, por falta de provas, o processo que envolve a participação do bispo Fernando Aparecido da Silva na morte de Lucas.

- Em novembro de 2020, a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu que os pastores vão a júri popular.

Morte do pai de Lucas


				
					Após 22 anos, Justiça realiza júri popular do caso Lucas Terra na Bahia
Foto: Reprodução / TV Bahia

José Carlos Terra, de 65 anos, pai de Lucas Vargas Terra, morreu em fevereiro de 2019, no Hospital Ernesto Simões, em Salvador. Ele estava internado na unidade e teve uma parada respiratória decorrente de uma cirrose hepática, diagnosticada um ano antes.

Na época, a mãe de Lucas – Marion Terra – disse que ele teve o estado de saúde agravado em novembro de 2019, após receber a notícia de que a decisão que indicou o envolvimento do bispo Fernando Aparecido da Silva na morte do filho havia sido anulada pelo Ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), por falta de provas.

*Com informações do g1 Bahia

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