Após morte de cobrador, circulação de ônibus é reduzida na RMS

A circulação de ônibus pela Região Metropolitana de Salvador foi reduzida nesta quarta-feira (3) por conta da morte do cobrador Djailson Miranda dos Reis, 35 anos, durante um assalto a ônibus em Lauro de Freitas na noite desta terça (2). De acordo com o Sindicato dos Rodoviários da Região Metropolitana (Sindmetro), durante uma assembleia realizada após o encontro com o comandante-geral da Polícia Militar, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), os rodoviários decidiram parar as atividades e seguir para Irará, onde o corpo do cobrador será sepultado. "Como forma de homenagear pela última vez o colega, decidimos seguir em comboio ao município. Por volta das 14h, diversos carros e ônibus foram deslocados para lá, já que o sepultamento ocorreria às 17h", explicou um dos diretores do sindicato, Catarino Fernandes. O sindicato informou que pelo menos mil trabalhadores participaram da mobilização. A previsão é que na quinta-feira (4), o serviço seja normalizado.

Caminhada de rodoviários ocupou faixas da Avenida Paralela (Foto: Juarez Soares)

Em entrevista ao Correio24horas, o diretor Catarino Fernandes explicou ainda que uma reunião deve acontecer na próxima terça-feira (9), em Lauro de Freitas, para os rodoviários relatarem os problemas relativos à segurança à Polícia Militar. "Pretendíamos nos reunir hoje com o secretário de Segurança Pública, Maurício Barbosa, e também com o delegado-chefe, mas eles estavam em Juazeiro. Fomos recebidos pelo comandante-geral da PM e, com ele, tratamos sobre a dificuldade envolvendo o transporte público e a segurança. Na terça-feira (9), nos reuniremos com o coronel Luziel, responsável pela segurança na Região Metropolitana, na Base Operacional de Itinga. Além dos trabalhadores, queremos que a comunidade compareça para definirmos uma estratégia de enfrentamento a essa situação", explicou Catarino. Por volta das 6h desta quarta-feira (3), diversos rodoviários metropolitanos das empresas ODM, BTM, Dois de Julho e Costa Verde iniciaram uma passeata reivindicando maior segurança nos coletivos. O trânsito na Avenida Paralela ficou congestionado durante toda a manhã. O protesto encerrou por volta das 12h30, com a chegada do grupo ao CAB. O Sindicato dos Rodoviários da Bahia reclamou da falta de segurança no transporte público e demonstrou solidariedade aos colegas. "A falta de segurança que vivemos hoje no transporte público na Bahia é lamentável. Queremos prestar nossos sentimentos à família do companheiro e a todos os rodoviários metropolitanos", disse Fábio Primo, vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários da Bahia. Segundo Primo, essa é a segunda morte de um rodoviário neste ano. O primeiro aconteceu no bairro da Ribeira, em abril, quando o cobrador Everaldo de Oliveira Silva, 62 anos, teve o corpo queimado durante um protesto de moradores. Ainda de acordo com o Sindicato dos Rodoviários, até o dia 31 de maio, foram registrados 796 assaltos a ônibus em Salvador. "Chegou a acontecer 17 assaltos em apenas um dia neste ano. Esse número é assustador. Estamos com medo de sair para trabalhar. Não temos mais a quem recorrer", comentou. Segundo Fábio Primo, a categoria já realizou reuniões para discutir segurança com a Polícia Militar e com o secretário de Segurança Pública, Mauricio Barbosa. "Vamos ter de chegar até o governador e exigir que ele apresente uma política verdadeira para a categoria", concluiu.