Imagine a possibilidade de ter armazenado o material genético necessário para usar na formação de novos ossos ou órgãos, no caso de qualquer doença crônica ou lesão. Não se trata de ficção científica, mas da realidade experimentada por algumas mães brasileiras quando optam pelo armazenamento das células- tronco do cordão umbilical. O procedimento está disponível em qualquer lugar do Brasil, inclusive na Bahia, tem o custo médio de R$ 2.800 para pagar a coleta, a seleção e a primeira anuidade e requer um custo de manutenção de R$ 600 anuais para a conservação do material. O material só pode ser coletado durante o parto e, por isso mesmo, a decisão de realizar o procedimento precisa ser feita previamente. De acordo com o pesquisador da empresa Cryopraxis, do Polo de Biotecnologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o obstetra Alberto D’Áuria, a iniciativa, realizada quase como um seguro de vida, se justifica quando é levada em consideração o fato de que essas células podem restaurar o sangue e o sistema imunológico após o tratamento de diversos tipos de câncer, doenças hematológicas e genéticas. “O cordão umbilical, esse poderoso elo que conectou o bebê e sua mãe durante nove meses, é rico em células-tronco capazes de dar origem a qualquer tecido ou órgão do corpo humano”, destaca o especialista. Ele lembra que como são retiradas do cordão umbilical, essas células são dotadas de grande plasticidade para aceitar estímulos e se reorganizarem sem defeito algum, com idade zero e livre das agressões sofridas pelo organismo ao longo da vida.
ProcedimentoPara a médica obstetra do Hospital Teresa de Lisieux Viviane Santiago Dórea, o armazenamento das células-tronco pode trazer gratas conquistas em breve. “Existe hoje uma pesquisa imensa sobre este assunto e acho que vamos ter descobertas importantes”, defende a médica, que costuma encorajar a realização do procedimento nas pacientes que podem ou que têm histórico de doenças na família. Vale salientar que o armazenamento de células-tronco é contraindicado para as gestações com menos de 32 semanas, bolsas rotas há mais de 18 horas e quadros de infecções severas. “A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determina que se na coleta houver um número menor de 500 milhões de células também não haverá o armazenamento”, explica o médico. O processo de coleta ocorre imediatamente após o parto, quando o responsável pelo procedimento retira o sangue proveniente do centro da placenta, por meio de um cateter. Uma bolsa específica é preenchida com o material e selada em seguida. No laboratório, as células- tronco são identificadas e armazenadas a uma temperatura de –196°C em tanques que são conectados e monitorados 24 horas. Para evitar que qualquer oscilação de energia possa impactar na conservação do material genético, o congelamento é feito com nitrogênio líquido. SegurançaO pesquisador Alberto D’Áurea destaca ainda que, para garantir que haja uma segurança maior, o material genético é conservado numa bolsa bipartida com duas cavidades. Uma maior, com 20 ml, e outra menor com 5 ml. Dessa forma o material genético não precisa ser todo descongelado de uma única vez. “A princípio, esse material pode ficar armazenado indefinidamente. Nós, por exemplo, temos material congelado há 23 anos”, esclarece. D’Áurea diz que casos de desistência de armazenamento e descarte de material podem acontecer, mas são muito raros. “O descarte é feito obedecendo todas as normas de segurança, como é feito o descarte de sêmen e folículos dos bancos de fertilização in vitro”, completa. No uso autólogo - aplicação das células-tronco no mesmo indivíduo do qual ela foi coletada – elas já são utilizadas para o tratamento de doenças como linfomas, tumores sólidos (neuroblastoma, retinoblastoma), mieloma múltiplo e leucemias. Existem centenas de estudos clínicos em andamento em todo o mundo que podem aumentar essa lista de benefícios. PioneirismoA empresa Cryopraxis é pioneira e considerada o maior banco de sangue de cordão umbilical do país. Atualmente, ela é responsável por mais de 55% das coletas do material e teve, em fevereiro, crescimento de 50%, comparado ao mesmo mês do ano passado.O banco, que também é líder em pesquisa com células-tronco, possui hoje mais de 25 mil clientes, operando nas principais cidades brasi leiras. Dados do Relatório de Produção de Bancos de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário para uso Autólogo, divulgados recentemente pela ANVISA, informam que no Brasil foram armazenadas, até hoje, mais de 45 mil unidades em bancos privados.Desde 2004, bancos privados de congelamento de sangue vêm prestando este tipo de serviço para as famílias.Mais recentemente, a iniciativa da atriz Gabriela Duarte em armazenar as células tronco do segundo filho, Frederico, chamou atenção da mídia para a iniciativa.Para maiores informações sobre a empresa, acesse:www.cryopraxis.com.br/home/tel: 0800 606 7777.
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