O mar azul-esverdeado e a imponência das falésias em tom rosado já seriam suficientes para tornar Arraial d’Ajuda, distrito de Porto Seguro, um prato cheio para turistas. Mas é no pequeno e colorido centro da cidade que pulsa o coração do antigo vilarejo hippie dos anos 1980, hoje mais sofisticado, com muitas atrações. Cenário que, aliás, volta a chamar atenção com a nova novela das nove da TV Globo, “Segundo sol”, ambientada na Bahia. Por ali, uma caminhada de minutos revela do sagrado ao profano, da igreja histórica de Nossa Senhora d’Ajuda à “luxúria” do forró dançado coladinho no Armazém Santo Antônio. Ainda no terreno dos “pecados”, é difícil não ceder à “gula” em algum dos restaurantes da rede gastronômica que se se formou no local, em especial na Rua do Mucugê, com toda uma “soberba” que a fez ganhar a alcunha de “rua mais charmosa do Brasil”, com direito à placa na entrada e tudo.
O centro ganha vida à tarde, quando os turistas voltam da praia. Uma bela forma de terminar o dia é aderir à crendice de amarrar uma fitinha colorida de Nossa Senhora d’Ajuda nas grades de um mirante que fica logo atrás da igreja. É possível comprar dez delas por R$ 1,50 a R$ 2 em alguma lojinha de artesanato.
A igreja tem história. É o primeiro santuário mariano do Brasil, que começou a ser construído em 1550, um ano depois de jesuítas portugueses chegarem com a imagem da santa, que está protegida por um vidro no altar até hoje.
A praça logo em frente ao santuário oferece lugares pequenos e charmosos. O Café da Santa é um deles, onde é possível saborear um já famoso mil-folhas de morango (R$ 11,90) sentado diante de um grande e agradável jardim, nos fundos da casa. À noite, o movimento dos bares e restaurantes anima mais o centro. O Mucugê concentra opções diversas para o jantar, da comida italiana, como o Dolce e Salato, à regional, como o Restaurante do Xaxá, passando por bares com música ao vivo.
A noitada também abraça perfis diversos. Quem gosta de algo mais regional e intimista pode ir ao Armazém Santo Antônio, que tem apresentações de forró e jazz. O local oferece até parceiros para dançar com os mais tímidos. Mais em clima de balada, com programação que vai madrugada adentro, está o Morocha, que tem bandas e DJs, tocando hits depois de uma da manhã.
Na costa: praias para relaxar, se aventurar e casar
A cidade se sofistica e ganha atrações, mas o mar do litoral sul da Bahia continua sendo a vedete da região. As águas azuladas, a temperatura amena e a força das ondas amortecida pelas extensas barreiras de corais, além da beleza das falésias, encantam os visitantes. As praias oferecem opções de aventura para os que querem mais que relaxar: é possível voar de parapente sobre algumas delas e chegar a outras de quadriciclo por uma trilha de terra acidentada.
Na Praia da Pitinga, o mar calmo é ótimo para crianças. Há opções gastronômicas perto da areia, como a Barraca do Faria, que oferece um cardápio vasto de petiscos, como pastel de camarão (R$ 9,50, cada), e frutos do mar. Quem quiser uma experiência mais intensa pode subir uma das falésias por uma pequena trilha e fazer um voo de parapente, que custa R$ 250, e chegar até Trancoso. Quem desistir no meio do caminho ao menos contempla uma bela vista da praia.
A Praia do Taípe pode ser acessada de carro, por uma estrada de terra que confere ao trajeto alguns solavancos. Ou então contratando um passeio de quadriciclo saindo do centro de Arraial. Tem que gostar de aventura: o passeio tem muita lama e buracos, e dura em média três horas (por R$ 250, para uma ou duas pessoas).
A Praia de Rio da Barra tem águas mais agitadas, mas quase ninguém na areia. O trecho só pode ser acessado por quem frequenta o restaurante do Rio da Barra Vila Hotel ou fica hospedado nele. Já na Praia do Araçaípe, é raro achar alguém falando português. O bar do Corujão oferece boas caipirinhas e um happy hour com pé na areia quase todo dia.
É no Araçaípe que está também a maioria das casas de festas, que sediam cada vez mais casamentos. Arraial já é, segundo empresários do setor, um dos principais destinos de casamentos do país. As festas, que começam no fim da tarde, vão até o amanhecer, não sem uma festa de “aquecimento” para noivos e convidados no dia anterior (o “beach day”):
— Um casamento na praia não é somente um casamento na praia. É um fim de semana que, no meio dele, tem uma festa — conta a cerimonialista Cris Goulart, enquanto preparava mais uma festa na Casa Maitei, em Araçaípe.
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Redação iBahia
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