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Às vésperas do feriadão, postos aumentam preço da gasolina

Ontem, vários postos da cidade elevaram o litro do combustível de R$ 2,39 para R$ 2,79, uma alta de 16,7%

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21/06/2011 às 8:20 • Atualizada em 26/08/2022 às 21:21 - há XX semanas
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Toda véspera de feriadão é a mesma coisa: esperando os viajantes de plantão encherem o tanque, os donos de postos aumentam o preço da gasolina. Ontem, vários postos da cidade elevaram o litro do combustível de R$ 2,39 para R$ 2,79, uma alta de 16,7%. Na esquina entre as avenidas Garibaldi e Ademar de Barros, nem mesmo quem abasteceu no posto da rede Menor Preço, que costuma vender o combustível a preços mais baixos, conseguiu escapar. “Quando entrei aqui estranhei o preço, mas vou ter que abastecer, porque meu carro está na reserva”, contou a estudante Flávia Rodrigues. “Isso é um absurdo, o consumidor fica sem saída”.
Vários postos elevaram o litro da gasolina de R$ 2,39 para R$ 2,79
No estabelecimento, a gasolina era vendida a R$ 2,38 na manhã de ontem, mas quando Flávia chegou, o preço já chegava aos R$ 2,75. “É época de São João, né? É a festa”, justificou um dos frentistas. No Posto Coelho, da BR, localizado na Avenida Oceânica, a gasolina subiu de R$ 2,39 para R$ 2,77. “Os clientes estão reclamando muito”, disse o gerente do estabelecimento, Jaime Santana. “Os donos dos postos pegam os motoristas desprevenidos”, lamentou o taxista Hamilton Mendes, que dirige pela cidade há 30 anos e considera recorrente a prática de aumentar o preço antes dos feriadões. Por volta das 16h de ontem, os postos da rede Shell ainda não tinham aumentado o preço e alguns ainda vendiam o combustível a preços entre R$ 2,39 e R$ 2,55, mas funcionários davam o aumento como certo. “O chefe ligou dizendo que está previsto para subir hoje de noite”, previu um deles. “Tem que andar de bicicleta, porque andar de carro tá barril. Mais caro que criar filho”. Mercado - Para o advogado do Procon e especialista em direito do consumidor, Alexandre Doria, se não for comprovada a prática de cartel, o aumento em véspera de feriadão não é ilegal. “Não existe nenhuma norma que impeça o fornecedor de combustível de aumentar o preço em véspera de feriado”, esclarece, acrescentando que cabe ao consumidor pesquisar o preço e evitar os postos mais caros. “O que rege esse mercado é a lei da oferta e da procura”. O presidente do Sindicombustíveis, José Augusto Costa, disse que o aumento antes do São João não passa de coincidência. “Os preços de antes eram irreais. Uma hora, teriam que subir, pois as distribuidoras vendem a gasolina a R$ 2,40”, justificou. Para ele, não há a existência de cartel e os preços são parecidos pelo monopólio que a estatal Petrobras exerce no setor de combustíveis. A distribuidora foi contatada pelo CORREIO, mas não deu retorno. Segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo divulgado ontem, o preço vendido pelas distribuidoras aos postos na semana passada foi R$ 2,29. Dicas - Para economizar gasolina, especialistas indicam evitar pisar muito no acelerador e andar sempre com os pneus calibrados. Outra dica é tentar andar sempre nas marchas corretas para a velocidade da corrida. Estudos do Centro Tecnológico de Minas Gerais mostram que andar na marcha errada pode elevar o consumo de combustível em 30%. Além disso, ao contrário do que diz o senso comum, usar o ponto morto na hora de descer ladeiras não é a melhor solução para economizar gasolina, pois as marchas lentas são as que gastam mais, e no ponto morto o motor continua funcionando na marcha lenta. Gasolina continua valendo a pena - O preço do etanol também subiu nos últimos dias, passando de R$ 1,90, segundo a ANP, para R$ 2,05 o litro - uma alta de 5,26%. Mas apesar de ter subido menos que a gasolina, cuja alta alcançou os 16,7%, abastecer o veículo com etanol não vale a pena em Salvador. Para donos de carros bicombustíveis, o álcool é mais vantajoso economicamente se o preço não ultrapassar 70% do preço da gasolina. Em levantamento feito pelo CORREIO em dez postos da cidade, o etanol ultrapassa essa margem em 3% nos postos onde a gasolina já aumentou. “Esses 3% são uma margem ainda pequena e o preço do álcool ainda está competitivo, mas eu recomendaria a gasolina para quem quer evitar pagar mais”, aconselhou o engenheiro químico Luiz Pontes, professor especialista em combustíveis da Unifacs. “Mas é bom lembrar que esse índice de 70% é baseado em estudos dos anos 70, quando os carros flex ainda não existiam. Dessa forma, o ideal é que cada motorista faça sua própria conta para ver se o etanol vale a pena”, complementou. Pontes ensina que o melhor método para fazer o cálculo é encher o tanque uma vez com gasolina e outra vez com álcool, anotando quantos quilômetros por litro de cada combustível o motorista gasta. “Essa equação depende do chamado fator de compressão de cada automóvel e também da maneira como dirige o motorista”, lembra o especialista, que considera a alta do combustível sem justificativa. “Não existe razão aparente no mercado de combustíveis para o preço aumentar agora. Essa alta deve ter sido motivada pela proximidade com o feriado”, destacou o especialista em combustíveis.

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