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Após 28 dias de greve, os funcionários dos Correios na Bahia voltaram normalmente ontem às suas atividades. Esta foi a avaliação do primeiro dia pós-greve, tanto do diretor sindical dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos no Estado da Bahia (Sincotelba), Eneas de Lima Estrela, como da assessoria de comunicação da empresa no estado. Agora, são 20 milhões de postagens para serem entregues na Bahia, sendo 10 milhões apenas em Salvador. Quando o assunto é o prazo para que todo este trabalho seja posto em dia, as entidades divergem. Segundo Estrela, serão cerca de 15 dias para se normalizar as entregas. Já os Correios divulgam que será preciso apenas de cinco a sete dias. “Quando saímos às ruas hoje (ontem), vimos que havia carteiros em atividade até as 17h10, sendo que as 17h eles deveriam estar saindo das suas unidades de trabalho”, contou Estrela, elogiando o empenho dos trabalhadores. O dirigente sindical atribui o maior prazo para entrega à falta de profissionais na Bahia. Faltariam no estado cerca de 3 mil carteiros e 800 atendentes comerciais. Já a assessoria dos Correios acredita que o trabalho no sábado e no domingo irá ajudar a normalizar a situação em um menor período. Isto também porque durante a greve parte das entregas e dos serviços de postagens não foi interrompida, afirmou a assessoria dos Correios. Em todo o país, praticamente todos os funcionários que estavam em greve retornaram ao trabalho, após quase um mês de paralisação. Os Correios calculam que 96% dos grevistas tenham reassumido as suas atividades ontem. Os Correios informaram que os serviços de entrega com hora marcada (Sedex 10, Sedex Hoje e Disque Coleta) serão retomados no máximo até o dia 24. Ontem, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, descartou que o governo possa melhorar neste ano a política de reajuste salarial estabelecida pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) para os funcionários dos Correios quando determinou o fim da greve da categoria. Apesar de reconhecer que o reajuste foi “pior” do que os trabalhadores reivindicavam, Carvalho disse que não há o que ser feito porque se trata de uma decisão judicial. A greve da categoria durou 28 dias. A decisão do TST prevê reposição na inflação de 6,87%, reajuste linear de R$ 80 a partir de outubro e um vale extra único de R$ 575. O resultado ficou bem abaixo da reivindicação inicial dos trabalhadores, que pediam reajuste de 7,16%, reposição das perdas dos últimos 16 anos de 24% e reajuste linear de R$ 400. Fenaban e bancários se reúnem hoje A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e o Comando Nacional dos Bancários se reúnem hoje em São Paulo. A audiência de negociação, realizada ontem, foi interrompida às 20h, para que ambas as partes consultem suas bases antes de prosseguir nas discussões. Banqueiros e bancários tentam construir uma solução para o reajuste salarial da categoria capaz de pôr fim à greve no setor, que completa hoje 19 dias. O diálogo entre as duas partes havia chegado a um impasse depois que assembleias de bancários realizadas no Brasil recusaram a proposta de reajuste de 8% feita pela Fenaban, e deflagraram uma greve no dia 27 do mês passado. Os bancários querem 12,8%.