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Bandidos impõem toque de recolher em Vila de Abrantes; 4 foram mortos nesta terça

Há cerca de um mês que eles sofrem com o toque de recolher imposto por traficantes

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21/09/2011 às 11:00 • Atualizada em 07/09/2022 às 1:18 - há XX semanas
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Durante a madrugada, tiros, muitos tiros em Vila de Abrantes, distrito de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. Depois, a contagem: quatro mortos em dois confrontos diferentes. No primeiro, num alegado confronto ocorrido por volta de 1h, policiais militares das Rondas Especiais (Rondesp) mataram três jovens na localidade de Fonte da Caixa. A única vítima identificada foi Osvaldo Fernando dos Santos, 17 anos, mas, de acordo com a polícia, ele e os outros dois eram envolvidos com o tráfico de drogas na região.
Quatro horas depois, um novo tiroteio, dessa vez entre quadrilhas rivais, resultou na morte do ajudante de pedreiro Zailton Ferreira dos Santos, 23. Ele foi atingido por uma bala perdida quando pegava a farda do trabalho que estava estendida no varal do quintal de casa. A investigação dos dois casos está sob a responsabilidade da 26ª Delegacia, em Vila de Abrantes. Segundo o major Sérgio Freire, comandante da Rondesp RMS, a polícia foi acionada no início da madrugada por moradores para evitar o embate entre traficantes que disputam o controle do tráfico em Vila de Abrantes. Ele conta que bandos das localidades de Estiva, Corre Nu e Beco do Cemitério se uniram para invadir o bairro de Nova Abrantes. Freire afirma que quando três guarnições chegaram ao final de linha de Nova Abrantes, conhecida também como Fonte da Caixa, foram recebidas a tiros por um grupo de pelo menos oito homens. MortesNo revide, os policiais balearam Osvaldo e os outros dois rapazes, que foram levados pelos PMs ao Hospital Menandro de Farias, mas não resistiram. Com os três foi encontrada uma pistola PT 100 com numeração raspada, que seria da Polícia Militar. “Onde teria o símbolo da polícia está raspado”, disse o major. Moradores disseram que os três rapazes mortos no confronto com a Rondesp são do bando de Gil, que lidera o tráfico em Nova de Abrantes, junto com Corcunda e Macaquinho. No local do confronto, peritos recolheram quatro estojos de pistola .40 e algumas amostras de sangue que farão parte do inquérito que apura o Auto de Resistência registrado na 26ª DP. OperárioPor volta das 5h, para agonia dos moradores de Nova Abrantes, ocorreu o segundo tiroteio, na Rua Vila Aurino. Zailton foi atingido por uma bala perdida quando saiu no quintal para pegar a farda que a mulher havia lavado na noite anterior. “Foi só o tempo de ele pegar as roupas do varal. Nessa hora começou a ter muito tiro entre eles (os bandidos) e meu marido foi atingido no lado esquerdo do peito”, contou a mulher da vítima, Roberta Manuela Gonçalves da Paixão. Ex-presidiário, Zailton trabalhava numa obra em Buraquinho, localidade do município de Lauro de Freitas. Bandidos impõem toque de recolher na áreaComo se não bastassem os confrontos, moradores de Vila de Abrantes convivem com outro problema. Há cerca de um mês que eles sofrem com o toque de recolher imposto por traficantes. “Às 17h, fecha tudo. Todo mundo se tranca e dorme cedo. Quem quiser que trate de chegar cedo em casa ou dormir em outro lugar”, desabafou a dona de um bar, que afirma que só abriu o estabelecimento ontem depois que viu a Polícia Militar circulando. A presença da polícia, porém, não garantiu que os estudantes tivessem aula. “Estavam falando que iam invadir a escola se continuasse aberta, então a direção decidiu liberar todos os alunos com a presença dos pais”, contou uma aluna do Centro Educacional Marquês de Abrantes. O CORREIO esteve na unidade e também no Centro Educacional Fonte da Caixa e encontrou os dois colégios fechados. Além disso, a intimidação dos traficantes atingiu a Unidade de Saúde da Família de Buris de Abrantes, que teve os atendimentos de ontem suspensos. Segundo funcionários, bandidos da área passaram de moto e avisaram que o posto deveria ficar fechado. Bandidos impõem toque de recolher na áreaComo se não bastassem os confrontos, moradores de Vila de Abrantes convivem com outro problema. Há cerca de um mês que eles sofrem com o toque de recolher imposto por traficantes. “Às 17h, fecha tudo. Todo mundo se tranca e dorme cedo. Quem quiser que trate de chegar cedo em casa ou dormir em outro lugar”, desabafou a dona de um bar, que afirma que só abriu o estabelecimento ontem depois que viu a Polícia Militar circulando. A presença da polícia, porém, não garantiu que os estudantes tivessem aula. “Estavam falando que iam invadir a escola se continuasse aberta, então a direção decidiu liberar todos os alunos com a presença dos pais”, contou uma aluna do Centro Educacional Marquês de Abrantes. O CORREIO esteve na unidade e também no Centro Educacional Fonte da Caixa e encontrou os dois colégios fechados. Além disso, a intimidação dos traficantes atingiu a Unidade de Saúde da Família de Buris de Abrantes, que teve os atendimentos de ontem suspensos. Segundo funcionários, bandidos da área passaram de moto e avisaram que o posto deveria ficar fechado.

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