Menu Lateral Buscar no iBahia Menu Lateral
iBahia > bahia
Whatsapp Whatsapp
BAHIA

'Caso Jaguaripe': MP pede reconstituição da morte de empresário Leandro Troesch na Bahia

Laudo cadavérico da vítima apontou que as lesões encontradas no corpo "são compatíveis com suicídio"., enquanto laudo pericial apresentou outro resultado

Redação iBahia • 27/04/2022 às 11:01 • Atualizada em 26/08/2022 às 17:56 - há XX semanas

Google News siga o iBahia no Google News!

				
					'Caso Jaguaripe': MP pede reconstituição da morte de empresário Leandro Troesch na Bahia
Foto: Reprodução / Instagram

O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) pediu novas informações e a reconstituição da morte do empresário Leandro Troesch, dono da Pousada Paraíso Perdido, localizada na cidade de Jaguaripe, baixo sul da Bahia. De acordo com informações do g1 Bahia, o motivo é que os documentos encaminhados pelo delegado Rafael Magalhães, que preside as investigações, é inconclusivo.

O laudo cadavérico aponta que as lesões encontradas no corpo da vítima "são compatíveis com suicídio". O documento também afirma que uma simulação poderia deixar as mesmas lesões. Leandro foi encontrado morto em um dos quartos do estabelecimento no dia 25 de fevereiro e a hipótese do suicídio já havia sido levantada no começo das investigações. No entanto, o delegado descartou a possibilidade no dia 19 de abril. Para ele, o laudo pericial aponta que Leandro foi assassinado.

Leia mais:

Inquérito remetido

O inquérito que apura a morte de Leandro já havia sido concluído e remetido à Justiça. Com o novo pedido do MP-BA, o prazo para que as novas provas sejam apresentadas à Justiça é o mês de maio. Para o delegado, o laudo cadavérico está equivocado. “Inclusive, eu acho que o médico se precipitou, porque ele não pode opinar, uma vez que o exame de pólvora combusta deu negativo na mão da vítima, do cadáver. Deu negativo também na mão dela [Shirley]. Mas, como eu sou o delegado presidente do inquérito, tenho depoimentos de que ela lavou a mão, tomou banho e se limpou, para fazer o laudo de prova combusta”.

O exame de prova combusta, também conhecido como residuográfico, analisa a presença de metais como chumbo, nas roupas e mãos de uma pessoa, para identificar se ela disparou uma arma de fogo.

“Se dentro desse prazo eu conseguir concluir todos os pedidos e todas as requisições que o Ministério Público solicitou à juíza e que a juíza determinou, será enviado de volta para ele, com o indiciamento de Shirley, como homicídio. Agora, quem vai denunciar ou não é o promotor. E quem vai acatar, ou não, a ação final é a juíza da Vara Penal de Nazaré", disse Rafael Magalhães.


				
					'Caso Jaguaripe': MP pede reconstituição da morte de empresário Leandro Troesch na Bahia
Foto: Arquivo Pessoal

Laudo cadavérico x laudo pericial
A principal diferença entre o laudo cadavérico e o pericial é que o primeiro é feito com base no corpo da vítima, já o segundo é feito a partir da interpretação das lesões, junto com as provas coletadas pela polícia.

Para produzi-lo, usa-se o laudo cadavérico, junto com outras provas que são apreendidas durante as investigações, como explica o perito Ricardo Matos em entrevista à TV Bahia. “O laudo cadavérico se baseia nos vestígios que estão no corpo da vítima, como as lesões, entre outras características. Então é possível, por exemplo, para o médico legista, em regra, determinar o local da morte, se aquele corpo foi transportado, se foi executado no local do encontro. Agora, o perito criminal, como correlaciona vestígios, tanto do ambiente, quanto do próprio corpo, ele pode ir além".

"Se a gente for fazer uma comparação, o laudo cadavérico é mais limitado em suas conclusões, que o laudo de perícia criminal”. Apesar disso, Ricardo afirma que não é comum haver a diferença nos resultados dos dois laudos, porque um geralmente corrobora o outro.

“Não é normal haver discrepâncias, todavia, o que é importante é a interpretação, é a correlação. Porque, muitas vezes, haver determinados vestígios que podem indicar determinadas possibilidades, seja do homicídio, seja do suicídio, não é definitivo. Não se bate o martelo única e simplesmente por aquele vestígio que foi visualizado, seja pelo perito criminal, ou pelo médico legista”.

Suspeitas

A viúva de Leandro, Shirley Silva Figueredo, e a amiga dela, Maqueila Santos Bastos, foram indiciadas por envolvimento na morte da vítima. Apesar disso, a polícia não detalhou a participação delas no caso. Maqueila chegou a ser presa em março e ficou detida por apenas 30 dias. Ela foi solta no dia 22 de abril, porque a Justiça não autorizou a manutenção da prisão. O advogado de defesa informou que o laudo pericial confirma a tese da defesa.

“Na realidade, o laudo colabora com a nossa tese. Ele vem com uma forma defensiva. No laudo, vem dizendo que as lesões que foram encontradas no corpo do senhor Leandro são marcas de suicídio”, concluiu João Alves.


				
					'Caso Jaguaripe': MP pede reconstituição da morte de empresário Leandro Troesch na Bahia

Shirley segue foragida, porque ainda há um mandado de prisão contra ela. A viúva ainda não se apresentou à polícia, desde a etapa das investigações da morte do marido. A defesa dela também considera que o laudo comprova que ela não teve envolvimento no caso.

“Tivemos acesso do laudo pela imprensa. A defesa continua na mesma tese desde o início. E sabemos que o que houve lá, acreditamos na versão da nossa constituinte, a Shirley. Tanto eu, quando o doutor Sampaio, de que o que ocorreu foi o suicídio. Na narrativa de Shirley, o tempo todo ela fala e afirma que o que houve ali foi o suicídio”, disse o advogado Cleber Nunes.

Entenda o caso
Leandro Troesch, dono da pousada Paraíso Perdido, foi encontrado morto dentro de um dos quartos do estabelecimento no dia 25 de fevereiro deste ano. Ele apresentou uma marca de disparo de arma de fogo na cabeça. O empresário já havia sido preso e condenado a 14 anos de prisão por crimes de sequestro e extorsão cometido em 2001.

Em 2022, ele estava em prisão domiciliar na pousada. A viúva, Shirley da Silva Figueiredo, disse à polícia que estava no banheiro e somente ouviu o barulho do tiro. Dias depois da morte de Leandro, o braço direito do empresário, o Marcel da Silva Vieira, conhecido como Billy, foi morto a tiros e facadas.

Ele era uma testemunha fundamental na investigação. Marcel, que tinha envolvimento com drogas, foi morto no dia 6 de março, às vésperas de ser ouvido pela polícia, no distrito de Camassandi, que também fica em Jaguaripe.

O homem prestou depoimento logo após a morte do empresário, mas seria ouvido novamente um dia depois de ser assassinado. O delegado disse também que o cofre da pousada foi esvaziado e que o local do crime foi alterado.

Leia mais sobre Bahia no ibahia.com e siga o portal no Google Notícias

Venha para a comunidade IBahia
Venha para a comunidade IBahia

TAGS:

RELACIONADAS:

MAIS EM BAHIA :

Ver mais em Bahia