Nos dias que antecedem o Natal, com fortes influências comerciais, o sistema de uma das maiores operadoras de telefonia e celular fica fora do ar comprometendo milhares de operações comerciais. A falta do serviço, ocasionado por um incêndio no prédio da operadora Oi, no bairro do Itaigara, em Salvador. Para o comércio esse incidente deve representar uma perda de R$10 milhões em negócios e vendas. Já para o consumidor individual, muita dor de cabeça e jogo de cintura. Quem saiu para comprar presentes, ou até mesmo a passagem para viajar na rodoviária, ficou na mão ou precisou apelar aos caixas eletrônicos para sacar o dinheiro. Esse foi o caso da consumidora Suele Rego. No dia do incêndio, ela havia acabado de sair de uma consulta médica e aproveitou para ir à farmácia mais próxima para comprar o medicamento recomendado pelo profissional que a atendeu. “Quando cheguei na farmácia, a atendente foi logo falando: 'quem for pagar com cartão pode esquecer'. Aproveitei que estava ali para comprar, mas não consegui”, conta. Suele não se sentiu tão prejudicada com o impasse, pois já estava no local. “Se tivesse saído de casa e me deslocado até lá para comprar naquele local, iria ficar muito mais chateada”, completa. A operadora é campeã de reclamações por parte dos consumidores na Bahia e, quando comparada com as outras empresas, a Oi sempre está na frente. De acordo com a Superintendente do Procon/Bahia este ano foram registradas 1.146 reclamações sobre a operadora. Porém o órgão orienta que o consumidor lesado pela interrupção do serviço aguarde um pouco até a resolução do problema. “Neste momento, pedimos que o consumidor aguarde mais informações sobre o assunto. Estamos pedindo que a operadora faça o atendimento adequado e que ela assuma os compromissos com os consumidores. ”, diz Cristiana Santos, superintendente do Procon/BA. Mas para os comerciantes não é bem assim. Eles estão preocupados com os danos que essa interrupção pode causar na semana que representa o maior pico de vendas do ano. “É um quadro preocupante e desanimador para quem tem exclusividade com a Oi”, afirma Paulo Mota, presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindilojas). Para ele, o que se instalou no comércio de Salvador foi uma competitividade desequilibrada, pois quem não realiza suas operações pela Oi, manteve suas vendas e não tem com o que o se preocupar. “O consumidor quer atendimento imediato. Se não há como pagar, ele não volta depois, procura quem vende em suas condições”. Neste caso, o Sindicato dos Lojistas está orientando, assim como o Procon, que seja dado um tempo para a resolução e o decorrer dos problemas. “Não sabemos ainda o que causou o incêndio. Se foi um acidente natural, ser foi fadiga dos equipamentos ou falta de manutenção isso só a perícia vai definir. Mas se a maioria dos lojistas manifestarem desejo de uma ação contra a empresa, nós temos a obrigação de representa-los”. As lojas que foram afetadas pelo bloqueio do serviço para transações comerciais que dependem da linha telefônica fixa foram orientados pelo próprio Sindilojas a buscar maneiras internas para realizar as operações comerciais. “Infelizmente, as empresas que não têm condições de migrar de operadora, nesse momento, terá que aceitar cheques e confiar no consumidor. Até que se prove o contrário, a Oi também é vítima nessa situação”, completa Pedro. Direito do consumidor – Quem se sentir lesado pelo incidente e puder provar que ficou impedido de completar qualquer transação, por conta da interrupção do serviço, pode entrar com ações judiciais contra a empresa. Segundo a superintendente do Procon/BA, a reparação de danos não exige que a Oi seja culpada, mas que, de fato, tenha ocorrido falha no serviço. “Caso ela não assuma, o Procon irá atuar de forma mais firme. A operadora está nos deixando sempre atualizados do que está sendo feito e estamos com a expectativas do cumprimento. São seis milhões de clientes na mesma situação. Seriam seis milhões de processos”. Em nota divulgada à imprensa, a operadora informou à população que “os clientes do Oi Velox que tiveram seu serviço de banda larga paralisado em decorrência do incêndio receberão mini-modem 3G para conexão sem fio à Internet”. Para isso, o cliente deverá comparecer ao Fiesta Bahia Hotel, que fica na Avenida Antônio Carlos Magalhães, 711, na Pituba, munido do documento de identidade e da última conta do serviço afetado para retirar o modem provisório. O atendimento começou às 12h da quinta (23). A Oi também montou uma central exclusiva de atendimento sobre o ocorrido: 0800 031 64 64.
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