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Coluna ValoRH: O risco que o Whatsapp representa nas relações

Especialista fala como o Whatsapp está transformando as relações em toda a sociedade

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02/07/2015 às 13:43 • Atualizada em 26/08/2022 às 22:39 - há XX semanas
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Como uma febre avassaladora o whatsapp vem tomando conta de nossas relações e maneira de pensar, agir e se comunicar. Até mesmo aqueles que resistiram, após o primeiro uso acabaram se rendendo. A comunicação imediata, o contato permanente e um sem número de motivos que os analistas sociais não se cansam de enumerar mudaram em pouco tempo a nossa forma de se comunicar. Para desespero das operadoras de telefonia celular, o SMS já virou peça de museu, praticamente relegado aos spams e mensagens de cobrança. Ninguém quer mais abrir um SMS. E para piorar a situação ainda faz chamadas VoIP pela rede Wi-Fi.
O advento das redes sociais, que remonta aos antigos Bulletin Boards, e programas já esquecidos, como o ICQ, foi acelerado pelo Facebook, mas o Whatsapp é aquele que sem dúvida está transformando as relações em toda a sociedade. Isto se deve ao fato de os smartphones, sobretudo o popular Android, estarem se tornando disponíveis a toda a população. Para aqueles que ainda não possuem recursos para adequirir tais dispositivos a inexorável queda de preços desta tecnologia se encarregará de resolver a questão. Para quem duvida, há não muito tempo atrás, o celular “cego” já foi coisa de milionário.
Porém, como todo novo advento social, além das reconhecidas vantagens, também temos que considerar os riscos, abusos e problemas que podem advir do deslumbramento, falta de conhecimento das implicações e da imaturidade que cerca a experiência com este tipo de novidade. Por este motivo, procuramos elencar alguns fatores que podem representar risco para as suas relações pessoais e, sobretudo, profissionais, compreendendo a interação entre colegas em grupos de trabalho, pesquisa e suporte, em atividades tão diversas como transporte, desenvolvimento de produtos e comércio.
O WhatsApp tem se mostrado uma ferramenta bastante confiável, isto é, parece mesmo ao usuário que suas mensagens são lidas com extrema rapidez e eficiência e uma confiabilidade de entrega e leitura de praticamente 100%. É neste ponto que reside o perigo. O sistema de mensagens é quase 100%, mas não chega a alcançar a eficiência absoluta. Estatisticamente, em algum momento, você incorrerá em alguma falha, a qual, dependendo do caso, poderá trazer consequências extremamente danosas.
Muitas pessoas esperam e confiam que suas mensagens serão instantaneamente recebidas pelo destinatário. Esperam por isto. Ocorre que muitos usuários usam o aplicativo apenas em redes Wi-Fi, o que pode retardar em muito o recebimento das mensagens. Por outro lado, se o seu crédito no aparelho acaba, você só irá receber a mensagem muito tempo depois, quando alcançar uma rede disponível. Estes fatores quebram a presunção de que o sistema é instantâneo o tempo todo. Se você tem uma tarefa crítica, ou informação importante para repassar, é fundamental ligar. Confiar no aplicativo pode levar a sérios problemas.
Muitas pessoas trabalham em diversos grupos diferentes, às vezes dentro da mesma empresa. Uma informação crítica ou sigilosa que deveria ser postada em um grupo pode acidentalmente ser postada em outra. As consequências de um erro destes podem ser funestas. O mais seguro é evitar a postagem de mensagens críticas desta forma. O risco de você se enganar em algum momento aumenta com a frequência do uso.
Muitas pessoas trocaram o Facebook pelo “zap” na hora de postar fotos e vídeos. Este hábito pode acabar entupindo a memória do seu celular e, no momento mais crucial, você acaba tendo problemas para usar o seu aparelho. Você pode, é claro, configurar o seu aparelho para somente baixar fotos quando clicar, porém o vício que algumas pessoas adquiriram de postar tudo o queacontece ao seu redor, desde o despertar da cama até a hora de se deitar gera um outro problema, que é o dano a sua imagem. Não seja um “zapchato”. Talvez as redes sociais “tradicionais”, como o “Face”, sejam mais apropriadas para este tipo de postagem.
Desta forma, já abordamos aqui os problemas relacionados ao estouro de memória, a contaminação de assuntos postados fora de grupo, a confiabilidade no recebimento e a quebra da confidencialidade. Mas há outros problemas e um deles está relacionado ao vício de uso.
Sem nos darmos conta, vamos fazendo um uso cada vez mais intenso e o envolvimento é tamanho que acabamos passando boa parte do tempo utilizando o zap como uma forma de distração, para aplacar a ansiedade, passar o tempo, e em um crescendo constante, estamos utilizando no trabalho, em meio a reuniões, sala de aula, almoço e reunião com amigos. Pior ainda, quando todos ao redor parecem fazer o mesmo. Este tipo de comportamente configura vício e pode de fato comprometer as relações pessoais e até mesmo o desempenho profissional. É aqui que entra a etiqueta, na questão do relacionamento com os demais, e o mau uso, quando utilizamos o aplicativo para fugir daquilo que é “chato”. Este tipo de comportamento invariavelmente leva, inicialmente, a um prejuízo de sua imagem, tanto profissional como entre companheiros e amigos.
Não caberia neste espaço descrever todos os efeitos sociais que este tipo de ferramenta provoca, mas cabe o alerta acerca da vulnerabilidade, confiabilidade e precisão do aplicativo. Como toda ferramenta, é extremamente útil, mas pode se tornar danosa para a sua reputação e ser fonte de constrangimentos incotornáveis. Cada ferramenta tem seu lugar. O zap tem o seu, mas existem ferramentas adequadas para cada interação, seja o e-mail, o sistema da empresa, dropbox, armazenador de fotos, face, e por aí vai. O segredo, como sempre, é manter o equilíbrio, e não descuidar as relações presenciais,mantendo a elegância e cuidado nos relacionamentos.

Sérgio Sampaio
E-mail: [email protected]
Consultor de TI da ValoRH. Engenheiro, empresário da área de Tecnologia da Informação, proprietário da IP10 Tecnologia.

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