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Doze cidades na Bahia terão médicos estrangeiros

Nenhum brasileiro quis trabalhar em seis desses municípios. Salvador receberá 47 médicos, sendo 12 estrangeiros

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16/08/2013 às 10:50 • Atualizada em 27/08/2022 às 11:59 - há XX semanas
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Doze municípios baianos irão receber médicos estrangeiros pelo programa Mais Médicos, do Ministério da Saúde. Ao todo, são 30 profissionais de outras nacionalidades que foram formados em universidades de fora do país. O nome dos médicos e a cidade em que trabalharão a partir da segunda quinzena de setembro foram divulgados ontem, em portaria publicada no Diário Oficial da União. Há também 11 brasileiros que cursaram Medicina em faculdades estrangeiras e também foram selecionados pelo Mais Médicos. Ontem, o Ministério da Saúde anunciou ainda a ampliação no número de médicos brasileiros que vão trabalhar na Bahia para 103 — na semana passada, eram 85. Contando nacionais e estrangeiros, serão 144 médicos em 63 municípios, o maior número em todo o país, seguido de São Paulo (134), Rio Grande do Sul (119) e Ceará (117). Salvador receberá 47 médicos, sendo 12 estrangeiros. Dos 12 municípios baianos escolhidos por estrangeiros, seis não foram selecionados por nenhum brasileiro. Quando o programa foi lançado, no mês passado, 317 cidades baianas se inscreveram solicitando, ao todo, 1.382 médicos. A baixa adesão dos profissionais, todavia, deixou 254 municípios de fora – o número de vagas preenchidas equivale a pouco mais de 10% da demanda. Em todo o país, foram abertas 10 mil vagas, mas somente 1.618 profissionais se candidataram. O secretário da Saúde do estado, Jorge Solla, comemorou o resultado, já que o processo de inscrição deu aos médicos a opção de escolher qual cidade do país gostariam de trabalhar. “E a Bahia foi o estado mais procurado. O resultado foi positivo diante a indisponibilidade dos profissionais”, disse. Segundo o Ministério da Saúde, dos 63 municípios escolhidos pelos médicos, 49 deles estão em regiões de extrema pobreza. O secretário salienta que a desconfiança dos profissionais estrangeiros foi o que determinou a baixa adesão. “Você tem que imaginar que pra alguém para sair da Espanha para vir para cá para um programa que está começando, fica inseguro. À medida que for funcionando, vai atraindo novos profissionais”, disse. Segunda etapa Na segunda-feira, o Ministério da Saúde abre as inscrições para a segunda etapa, para tentar ocupar as vagas que ficaram vazias. O secretário acredita que os estrangeiros que aqui chegarem farão boa propaganda do país. “Não terão dificuldades de jeito algum, porque essas vagas são para equipes que já existem, com enfermeiros, técnicos, odontólogos, para unidades que já estão prontas, já funcionam”, disse. O presidente do Conselho de Medicina da Bahia (Cremeb-BA), Abelardo Meneses, acha o contrário. “A adesão é baixa e vai continuar sendo. Médicos não veem segurança na medida e as condições de trabalho afastarão quem chegar”, disse. Meneses ainda acredita que pode reverter o Mais Médicos no Congresso. “Vamos convencer os parlamentares a derrubar a medida provisória”, disse. Em mais uma tentativa, o Conselho Federal de Medicina (CFM) anunciou que as entidades regionais ingressarão com ações na Justiça Federal para que não sejam obrigados a fazer o registro provisório dos que aderiram ao Mais Médicos sem a “comprovação documental da revalidação dos diplomas”.
Argentinos e espanhóis são maioria entre os estrangeirosEntre 26 de agosto a 13 de setembro, os médicos estrangeiros que chegarem ao Brasil receberão treinamento sobre saúde pública brasileira e língua portuguesa, com carga horária de 120 horas. Após a aprovação, começam a atender a população. Depois de avaliados, receberão um registro profissional provisório. Durante o período de atuação, as prefeituras que receberão esses profissionais serão responsáveis pela alimentação e moradia dos médicos. Dos 522 estrangeiros ou brasileiros formados no exterior que vêm trabalhar no Brasil, com remuneração de R$ 10 mil mensais e despesas de hospedagem pagas, a maior parte tem registro profissional na Argentina (141), Espanha (100), Cuba (74), Portugal (45) e Venezuela (42). Ao todo, são 32 países de atuação. Segundo o Ministério da Saúde, os 74 médicos que atuam em Cuba não são cubanos - as inscrições foram individuais e o processo com Cuba é feito por acordos entre países.

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