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BAHIA

Duas horas após sair da prisão, líder do tráfico, esposa, filhos

Entre as vítimas está a filha do traficante, grávida de sete meses

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Redação iBahia

17/01/2018 às 11:55 • Atualizada em 28/08/2022 às 14:30 - há XX semanas
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Um líder do tráfico de drogas que atuava no Extremo Sul da Bahia foi executado com vários tiros na noite desta terça-feira (16) junto com a esposa, um casal de filhos e um genro, na BR-101, na região de Mucuri, distante 5 km da divisa com o Espírito Santo. Jalperaz do Espírito Santo Rocha, conhecido como Soca e Coroa, havia saído do Conjunto Penal de Teixeira de Freitas, onde há três anos cumpria pena por tráfico, às 17h desta terça. Duas horas depois, por volta das 19h, foi morto junto com a família.
Foto: Liberdade News/ Reprodução
Líder do tráfico em cidades da Costa das Baleias, de acordo com a Polícia Civil, ele era suspeito de vários homicídios, inclusive uma chacina que resultou, em 2012, na morte de quatro pessoas e outras quatro feridas em Prado, uma das cidades onde atuava na região. Ele foi preso pelo crime em 2013.
A Polícia Civil afirmou que informações obtidas junto a familiares do traficante dão conta de que ele estava fugindo para o estado capixaba com medo dos rivais e iria se reestruturar para voltar com mais força para o tráfico no Extremo Sul.
Na chacina que o vitimou junto com a família, quatro homens armados com pistolas em um Toyota Corolla branco fecharam o carro em que seguiam viagem – um Siena vermelho dirigido pelo genro Alan Cláudio de Sousa Felipe, 22 – e fizeram os disparos.
Todos os integrantes do veículo morreram na hora. As outras vítimas são Dilma Maria dos Santos Oliveira Rocha, 40, (esposa) e o casal de filhos Jalperaz do Espírito Santo Rocha Junior, 17, e Gabriela Oliveira Rocha, 22, grávida de sete meses.
Jalperaz do Espírito Santo Rocha, Dilma Maria dos Santos Oliveira (esposa), Gabriela Oliveira Rocha, Alan Cláudio de Sousa Felipe e Jalperaz do Espírito Santo Filho (da esquerda para direita)
Foto: Liberdade News/Reprodução
A delegada Valéria Fonseca Chaves, coordenadora da 8ª Coordenadoria de Polícia do Interior (Corpin), sediada em Teixeira de Freitas, informou que no local do crime foram encontradas projéteis de pistolas 9 milímetros e ponto 45.
Anotações do tráfico
Já dentro do veículo foram encontradas diversas anotações em um caderno referentes ao tráfico de drogas e munições de pistolas 9 milímetros. “Até onde sabemos, os outros envolvidos não tinham relação com o tráfico, mas estamos investigando”, disse a delegada.
De acordo com a delegada o traficante atuava de forma isolada e havia saído do Conjunto Penal depois de ganhar a liberdade em regime aberto. “Dentro do presídio parecia um santo, mas quando saía era um demônio, sobretudo para os rivais”, falou.
O traficante, segundo a polícia, atuava tanto no Extremo Sul quando na região norte do Espírito Santo e de Minas Gerais, que, junto com a Bahia formam a área do que a polícia chama de “tríplice fronteira do tráfico de drogas”.
Chacina no Prado
No dia 11 julho de 2012, Jalperaz chegou a um bar na garupa de uma moto pilotada pelo comparsa Edmílson Santana Ramos. Ele desceu da moto e atirou com uma pistola 9mm contra vários clientes do estabelecimento.
Elias de Assis, 43, o Dazinho, Luzivaldo Silva, 38, e Valdinei de Jesus Moreira, 33, morreram no local. Em seguida, Jalperaz matou Reginaldo dos Santos Ricardo, um dos vizinhos do bar. Ele então fugiu de barco pelo rio Jucuruçu até reencontrar Edmílson, deixar o bote no rio, e seguir de moto.
Durante a fuga, no trevo de acesso a Alcobaça, a dupla foi abordada por uma equipe da Polícia Militar. Após troca de tiros, Edmílson morreu após ser atingido por três disparos e Jalperaz, apesar de ser atingido na perna, conseguiu fugir por um matagal.
Ele acabou preso em abril de 2013, capturado pela polícia do Espírito Santo, nas imediações de Balneário de Guriri, na cidade de São Mateus. Jalperaz tinha um mandado de prisão expedido pela Justiça da Bahia e outro pela Justiça capixaba.

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