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"É uma pessoa digna de pena", diz médica vítima de injúria racial

No entanto, o inquérito foi encaminhado à Justiça, que caberá decisão

• 07/12/2015 às 19:30 • Atualizada em 01/09/2022 às 5:08 - há XX semanas

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A médica mineira Iara Clementino Sanches, 26 anos, que foi vítima de injúria racial no último sábado, na cidade de Ipiaú, no Sul da Bahia, disse que não vai dar continuidade ao inquérito que apura o caso. Apesar de o documento já ter sido encaminhado à Justiça, nesta segunda-feira, 07, Iara, que é clínica geral, decidiu perdoar Alighiere Estevão, a quem a chamou de “preta, feia e pobre”. Ele foi preso em flagrante. Segundo Iara, depois que o pai de Alighiere, José Raimundo Lima, reprovou a atitude do filho em sua página no Facebook e ter explicado que Alighiere sofre de pressão e costuma ingerir bebida alcoólica fazendo uso de medicação, ela decidiu perdoa-lá. “O pai dele é uma pessoa excepcional, muito educada e mostrou-se indignada com o que filho fez. Além disso, ele (Alighiere) é uma pessoa digna de peba. Precisa fazer tratamentos e por isso, eu, como médica, não podia seguir em frente”, declarou. Iara disse que compareceu nesta manhã à delegacia de Ipiaú, onde formalizou sua decisão ao delegado Ivan Lessa. O documento foi anexo ao inquérito e caberá o parecer da Justiça. “Ele foi indiciado por injúria racial, dano ao patrimônio público e por conduzir veículo sob efeito de substância alcoólica”, explicou o delegado. Alighiere foi liberado após pagamento de fiança de dois salários mínimos. Na delegacia, Iara encontrou com o pai de Alighiere, José Raimundo. “Ele tornou a se desculpar, garantiu que vai pagar meu carro e me entregou uma carta assinada pelo filho com um pedido de desculpa”, disse a médica. RacismoNatural da cidade mineira de Virgolândia, Iara formou-se em medicina pela Universidade de Itaúna, em Minha Gerais, e há noves meses está na Bahia, onde trabalha Hospital Geral de Jequié e na Unidade Básica de Saúde da mesma cidade. No sábado, ele trabalhou para um colega em uma Hospital particular em Ipiaú. Iara disse que nunca tinha sofrido preconceito. “Não mexeu com a minha autoestima, mas pra mim foi uma surpresa, por que isso nunca aconteceu comigo, tanto que pedi para ele repetir e ele repetiu”, disse. Para ela, o mais doloso foi a reação da família. “Minha mãe ficou arrasada. Meu irmão chorou muito. Daí tive a dimensão do eu é o preconceito. Mas tudo isso me deixou uma pessoa mais sensata. Serviu de crescimento pessoal. Tem muita gente como ele (Alighiere), infelizmente”, disse. Apoio Desde o dia que expôs a situação em sua página do Facebook, às 5h40 do último sábado, foram 694 curtidas e 33 compartilhamentos e mais de 28 comentários até às 18h desta segunda. “Recebi muito apoio. Muitas mensagens chegaram no WhatsApp e no Facebook”, relatou. Entre as mensagens que recebeu, Iara disse que amigos dele ficaram surpresos com o fato ter acontecido na Bahia. “O brasileiro é muito preconceituoso. É repugnante. Amigos meus logo questionário: ‘Mas logo na Bahia, onde há mais negros?’, disseram sem entender”.
Correio24horas

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