No começo do mês de maio, os baianos foram surpreendidos com o aumento do preço da gasolina vendida nos postos de Salvador. O combustível passou a ser vendido até por R$4,57 enquanto dias antes o valor batia o R$ 3,80 nas bombas dos postos. Na época, Walter Tannus, presidente do Sindicato do Comércio de Combustíveis, Energias Alternativas e Lojas de Conveniências do Estado da Bahia justificou a alta como um repasse dos aumentos sucessivos praticados pela Petrobras com sua nova política de preços. Na quinta-feira (17), a Petrobras anunciou novo reajuste no preço de combustíveis. A gasolina subiu 12,9% e o diesel, 11,6%. Ao todo, foram registrados 12 aumentos em menos de vinte dias.
Em entrevista ao iBahia, Breno Martins, economista Breno Martins da a Mongeral Aegon Investimentos, explicou que o Brasil é o país que possui o segundo maior preço (em dólares) para a gasolina com base em um estudo da consultoria Air-Inc (durante o estudo, o dólar estava cotado a R$ 3,30, atualmente está ao redor de R$ 3,70). "Os principais fatores que contribuem para que o preço da gasolina seja alto no Brasil são: a alta carga tributária se comparado a outros países. Os preços são impactados por impostos federais (CIDE, PIS/PASEP e COFINS) e estaduais (ICMS), que somados compõe aproximadamente 35% do preço da gasolina. Além disso, o Brasil ainda importa grande quantidade de petróleo do tipo leve, já que a qualidade do petróleo brasileiro é do tipo denso (é mais barato importar petróleo leve e misturar com o petróleo brasileiro, do que refiná-lo) a produção de gasolina e outras substâncias nobres. Para a fabricação de derivados mais baratos, como o asfalto, o Brasil é autossuficiente", analisou.
O especialista afirma que mesmo o consumidor que não tem carro precisa ficar atento às altas do preço do combustível. "Esse aumento não é restrito apenas ao consumidor que possui automóvel, isto é, os efeitos indiretos dos aumentos nos preços dos combustíveis afetam o orçamento de todos os consumidores. Neste caso, o principal impacto é através do aumento no preço do diesel que afetam os preços dos fretes dos produtos que são repassados dos produtores aos consumidores, este é o caso de produtos alimentícios, eletrônicos, vestuário, dentre outros. Além do aumento nos preços dos fretes, a alta dos combustíveis gera pressões sobre os custos dos meios de transportes terrestres e hidroviários que possuem preços administrados, podendo gerar reajustes nas tarifas. Estas pressões também impactam o preço de passagens aéreas", afirmou.
E as altas não acabaram: o consumidor deve preparar o bolso para ainda pagar caro pelo combustível. Manter um planejamento financeiro é fundamental para lidar com as novas altas que refletem diretamente na vida do consumidor, a exemplo da elevação dos preços dos produtos que compõem a cesta básica. "Com a alta do dólar e a redução da oferta de países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), o preço do petróleo está em alta no mercado internacional e como o Brasil não é autossuficiente na produção do petróleo leve, o repasse para os preços dos combustíveis é inevitável", concluiu.
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Redação iBahia
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