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Garota que matou menino de 9 anos ajudou nas buscas

Adolescente decidiu matar menino depois de perceber que, além da família e dos amigos, a polícia já estava envolvida na busca pela criança

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07/10/2015 às 13:27 • Atualizada em 01/09/2022 às 3:47 - há XX semanas
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Adonai Santos foi encontrado morto dentro de freezer desativado
A adolescente de 16 anos que confessou ter matado Adonai Santos, 9 anos, no município de Candeias, na Região Metropolitana de Salvador, ajudou os familiares a procurar o menino depois de tê-lo sequestrado e mantido dopado. Segundo a mãe da criança, Paula Cristina da Silva Alves, 31 anos, a garota foi uma das primeiras pessoas que se ofereceu para procurar Adonai."Ela acabou com minha vida, ajudou a procurar, a fazer cartazes. Ela é um monstro", desabou a mãe de Adonai. Paula Cristina tem a lembrança da última vez que viu o filho vivo, na manhã de segunda-feira (5). "Ele estava empinando pipa, chamei para ir para casa e ele respondeu que iria logo depois", conta. Ela só estranhou quando deu 11h e Adonai não apareceu em casa para comer. Paula Cristina só descobriu que o filho foi encontrado morto na manhã desta quarta-feira (7), pela mãe dela. O corpo de Adonai foi encontrado dentro de um freezer desativado na casa da adolescente, na Praça Maria Quitéria, por volta das 22h30 da noite desta terça-feira (6), já em estado de gigantismo. O corpo está no Instituto Médico Legal (IML) em Salvador. De acordo com o delegado Marcos Laranjeiras, titular 20ª Delegacia (Candeias), a garota é vizinha da vítima e tinha o hábito de brincar com as crianças da rua. A adolescente abordou o menino enquanto ele empinava pipa na rua dizendo que iria comprar outro brinquedo. Ela, então, capturou o garoto e o levou para a casa onde mora com o pai e o irmão. "Ela disse que viu Adonai empinando pipa e pensou em sequestrar o garoto para pedir um resgate de R$ 600. Ela pegou o menino e trancou dentro de casa. Mas não chegou a entrar em contato com a família para pedir dinheiro", disse o delegado em entrevista ao CORREIO. Segundo Laranjeiras, quando ela chegou em casa com o menino deu a ele dois comprimidos de um antidepressivo que causa sonolência. Quando ele dormiu, ela escondeu o garoto dentro do freezer. A adolescente decidiu matar Adonai depois de perceber que, além da família e dos amigos, a polícia já estava envolvida na busca pela criança. "Quando ela viu a comoção e a participação da policia, desistiu do sequestro e resolveu matar o garoto", falou Marcos Laranjeiras. Ela, então, despistou os policiais dizendo que teria visto o menino empinando pipa próximo a um córrego da rua. "Ela induziu os policiais ao erro indicando que viu o menino na região onde já há histórico de crianças afogadas nessas mesmas circunstâncias", explicou o delegado. A adolescente voltou para a casa e estrangulou o menino, ainda sob efeito do medicamento. Depois do crime, a adolescente ajudou a procurar pelo menino. "Nós começamos a procurar em uma rede esgoto que fica ao redor da casa dele. Achávamos que ele poderia ter caído ali e se afogado. Ela auxiliou nas buscas como se nada tivesse acontecido", disse o delegado ressaltando que ela ficou com medo de ser identificada pelo menino depois que ele acordasse.

Depois de matar criança, adolescente escondeu o corpo do menino em um freezer na casa onde mora com o pai (Foto: Amanda
Na manhã desta terça-feira (6), a adolescente apareceu na casa de Adonai se oferecendo para acompanhar a irmã do garoto, uma menina de 8 anos, até a escola. A polícia não confirmou se a suspeita tinha interesse de sequestrar a menina. A mãe de Adonai ainda está muito abalada com o crime e diz não entender como ela pegou um menino tão ativo. "Meu filho fez o quê para ela fazer isso com ele? Ela não era uma criança fácil e muitas vezes mudava de humor. Mas ao mesmo tempo ele era um menino brincalhão e estava sempre na rua brincando. Vi ela crescer, a mãe dela sempre me ajudou a fazer vaquinha para comprar remédio para meus filhos", disse Paula Cristina aos prantos. Corpo em freezerO corpo de Adonai permaneceu dentro do freezer até o final da noite de ontem, quando o Departamento de Polícia Técnica esteve na casa para fazer perícia e fazer a remoção. Ele já estava em estado de decomposição e foi percebido pelo pai da adolescente, o ajudante de pedreiro Fábio da Silva Pereira, 40 anos, devido ao forte mau cheiro que estava na casa. Fábio contou ao CORREIO que estava fora de casa trabalhando e que não percebeu que a filha tinha levado o menino para casa. Ele também não constatou que o mau cheiro vinha do freezer, onde estava o corpo. "Ontem cheguei em casa ela estava muito agitada, pois os vizinhos já estavam desconfiando que ela tinha pego o menino", explicou. A adolescente chamou o pai até o fundo da casa e começou a chorar dizendo que estava com Adonai. "Eu perguntei: 'por que você não devolve ele?' e ela me respondeu que ele já estava morto". Fábio procurou o corpo pela casa e, ao abrir o freezer, viu o corpo e ficou em estado de choque. A jovem tentou mentir para o pai usando o argumento de que a criança tinha sofrido uma convulsão e morrido, mas logo depois confessou todo o crime ao pai. Ainda preocupado, Fábio ligou para amigos da igreja para pedir ajuda e depois levou ela para a delegacia, onde comunicou que tinha encontrado o corpo e que a autoria do homicídio era a própria filha. A polícia negou que o menino tenha sido torturado ou abusado sexualmente antes de ter sido morto. Ele estava com a mesma roupa que usava na última vez que foi visto, uma bermuda branca com xadrez verde. De acordo com as investigações, a adolescente agiu sozinha. "Foi o desespero da abstinência para comprar droga, pois é viciada. A família do garoto é muito humilde, não tem posses", disse o delegado ao CORREIO. Na rua onde aconteceu o crime, vizinhos contestam a versão da polícia. Ele contam que a adolescente tinha dívida com droga e contou com a ajuda de uma outra pessoa. "Ela não agiu sozinha, a outra suspeita fugiu hoje de manhã", comentaram. No final da manhã de hoje, a jovem foi encaminhada para o Ministério Público de Candeias, onde ficará internada provisoriamente por 45 dias. As duas filhas da adolescente, de um e dois anos, moram com as avós em outras casas. Incêndio Revoltados com o crime, um grupo de moradores ateou fogo na casa da adolescente na manhã desta quarta-feira (7). Segundo o sargento Moisés Praxedes, operador da 10ª Companhia Independente da Polícia Militar (Candeias), as chamas começaram por volta das 6h.

Casa onde menino foi encontrado morto foi incendiada (Foto: Amanda Palma/CORREIO)
Segundo ele, o fogo foi iniciado dentro da casa e não se alastrou a ponto de atingir a parte externa do imóvel ou outras casas. "Nós pedimos ajuda dos Bombeiros de Madre de Deus, mas eles estavam sem viatura. Então entramos em contato com a Centel para ver se os Bombeiros de Simões Filho apagavam o fogo", disse o sargento Praxedes.
Correio24horas

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