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Greve: tire suas dúvidas sobre o abastecimento de combustíveis

Mais de 90% dos postos continuam sem gasolina no país

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Redação iBahia

28/05/2018 às 19:24 • Atualizada em 29/08/2022 às 7:54 - há XX semanas
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Após oito dias de paralisação de caminhoneiros, postos de combustíveis começaram a ser abastecidos em algumas regiões. A alta procura gera não só longas filas nos postos, como também preocupação e dúvidas sobre a real situação do abastecimento. Para combater a desinformação, confira um guia com perguntas e respostas sobre o tema.

Quanto tempo vai levar para a situação voltar ao normal?

Por meio de nota, a Plural, associação que representa as distribuidoras de combustíveis, as bases e terminais das distribuidoras estão prontas para retomar o abastecimento ao mercado, mas não há uma data exata para que a situação esteja totalmente normalizada, já que o abastecimento depende da liberação de vias e de condições de segurança adequadas. Segundo a associação, pode ser necessária até uma semana para a normalização do sistema após o fim da greve.

Posso usar um galão para comprar combustível?

A prática é permitida, mas é necessário utilizar recipientes adequados. A Agência Nacional de Petróleo (ANP) publicou em 2013 a Resolução 41, que previa a comercialização de combustíveis automotivos a varejo em recipientes fora do tanque de consumo dos veículos. Apesar de citar nessa regra uma norma da ABNT que descrevia como deveriam ser os recipientes utilizados nesses casos, a resolução foi suspensa, pois a regularização das embalagens dependia do aval do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e não há uma certificação desses vasilhames até o presente momento.Dessa maneira, com a suspensão da norma, segundo a ANP, os postos não respondem por essa responsabilidade.

É recomendado estocar combustível em casa?

Armazenar combustível é uma prática proibida no Brasil, além de perigosa, como avalia o Corpo de Bombeiros. O artigo 56 da lei 9.605/1998 caracteriza o ato como crime ambiental e prevê reclusão de um a quatro anos e multa.

"Os combustíveis devem ser estocados em ambiente adequado, com temperatura controlada, longe de fontes de calor e de descarga de energia elétrica e somente podem ser manuseados por pessoas capacitadas. São materiais inflamáveis, que entram em combustão com facilidade, elevando o risco de incêndios e explosões. Além disso, o simples contato com o líquido, pode causar efeitos nocivos à saúde", explica o órgão.

Segundo o professor do departamento de engenharia mecânica da PUC-Rio, Sérgio Braga, guardar combustível em um ambiente sem ventilação aumenta o risco de evaporação. A combinação desse combustível evaporado com o ar e a temperatura do ambiente pode ser letal.

"Com essa concentração no ar, qualquer centelha, qualquer fagulha causa uma detonação violenta. Definitivamente não é uma boa ideia estocar combustível em casa. Se o fizer, que o recipiente esteja muito bem vedado", aconselhou Braga.

O fornecimento de Gás Natural Veicular (GNV) será afetado?

A possibilidade do abastecimento de GNV ser prejudicado durante a greve também foi uma informação compartilhada principalmente entre motoristas de aplicativos de transporte. A notícia, porém, é falsa.

O GNV é fornecido aos postos por meio de gasodutos e, portanto, os motoristas não precisam correr aos postos.

É possível abastecer o carro com álcool de cozinha ou cachaça?

A pergunta foi feita por vários usuários nas redes sociais e alguns até relataram que conseguiram fazer o carro andar à base de álcool de cozinha ou até mesmo cachaça. O engenheiro e consultor da ATK Automotive, Paulo Roberto Garbossa, explica que o carro pode até andar se abastecido com outros líquidos inflamáveis como os citados, mas isso vai gerar uma série de problemas para o motor, podendo danificar peças e alterar o funcionamento do veículo.

"O álcool combustível vendido no posto tem uma série de aditivos que o álcool de cozinha não tem. O carro até pode andar, mas o motor pode falhar. Além disso, há grande chance de danificar peças como pistão ou cabeçote do motor, causando um prejuízo que não vale a pena", explica Garbossa.

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