Cinco fazendas foram ocupadas por índios da tribo Pataxó Hã-Hã-Hãe neste final de semana na cidade de Itaju do Colônia, no Sul da Bahia, de acordo com informações da Polícia Federal em Ilhéus. As ocupações agravam o clima de tensão na região, onde índios e fazendeiros disputam o título de propriedade das terras há cera de 30 anos. Na manhã deste domingo (16), três fazendas foram invadidas pelos índios, que formaram um escudo humano com funcionários das propriedades na cidade de Pau Brasil, vizinha ao município de Itaju do Colônia. De acordo com informações da Globo News, o gerente de uma das fazendas, que é ex-delegado do município, está sendo mantido refém pelos invasores, que pretendem pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para julgar a demarcação da Terra Indígena (TI) de Caramuru-Paraguaçu no Sul da Bahia. Ainda segundo a Globo News, houve intensa troca de tiros entre índios e seguranças das fazendas. Outras duas fazendas já haviam sido invadidas no sábado (15) na cidade de Itaju do Colônia. Uma delas, a fazenda Vitória, foi incendiada por homens encapuzados, que teriam sido responsáveis pela morte de Ana Maria Santos de Oliveira, de 34 anos, no último dia 9, ainda segundo a polícia.
A vítima estava com seu esposo, seu filho e suas irmãs em uma caminhonete L200, cor prata, voltando de uma visita a parentes na fazenda Alegre quando o crime aconteceu na zona rural de Itaju do Colônia. Ana Maria foi atingida no rosto e sua irmã, Odília Santos de Oliveira, 30 anos, que estava sentada no banco traseiro do carro foi baleada no braço. Após a invasão que resultou na morte de Ana Maria, os índios teriam exigido que o dono da fazenda Vitória, Armando Pinto, retirasse dos pastos todos os animais da propriedade. A polícia ainda investiga se os atiradores têm alguma ligação com índios ou fazendeiros da região. Conflito entre índios e fazendeirosA região de Itaju do Colônia é uma área de conflito entre índios da etnia Pataxó Hã-Hã-Hãe e fazendeiros. Cerca de 500 índios ocuparam 52 fazendas próximas ao município ao longo dos últimos anos. Eles querem pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) a julgar a demarcação da Terra Indígena (TI) de Caramuru-Paraguaçu, área que abrange todas as fazendas. Os índios dizem que todas as fazendas estão dentro das áreas previstas para a demarcação da TI. A Funai garante que a área em questão foi demarcada em 1937 pela Diretoria de Serviço Geográfico do Exército e que, desse modo, os invasores seriam os fazendeiros.
Uma das fazendas invadidas foi incendiada (Foto: Reprodução / TV Santa Cruz) |
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