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Inovação está no nosso DNA: Presidente da Rede Bahia aposta em debate para avanço do estado

A Rede Bahia promove o Agenda Bahia, em parceria com a Fieb (Federação das Indústrias do Estado da Bahia), que começa na quinta feira

• 02/08/2011 às 10:00 • Atualizada em 29/08/2022 às 16:12 - há XX semanas

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A Rede Bahia promove o Agenda Bahia, em parceria com a Fieb (Federação das Indústrias do Estado da Bahia), que começa na quinta feira. Seu presidente, Antonio Carlos Magalhães Júnior, um dos idealizadores do projeto, é administrador por formação, professor da Ufba e foi senador pelo estado. Ele defende a importância de reunir os principais atores da economia baiana e formadores de opinião para debater o desenvolvimento do estado e apontar caminhos e soluções para a Bahia superar os atuais entraves de infraestrutura, tema do primeiro seminário no auditório da Fieb.
Antonio Carlos Júnior conversou com o diretor de redação do CORREIO, Sergio Costa, e a editora-executiva de conteúdo do Agenda Bahia, Rachel Vita, em seu gabinete na sede do grupo. A seguir, os principais trechos da entrevista. Como o Agenda Bahia pode contribuir para o desenvolvimento sustentável do estado?Nosso grupo tem como missão e valores contribuir para o desenvolvimento econômico, social e cultural da Bahia e acredita na importância de promover debates sobre o que o estado pode e precisa fazer para manter sua liderança no Nordeste, que é incontestável. Mas, nos últimos tempos, tem perdido espaço em termos relativos para Pernambuco e Ceará. Neste momento, as atenções da Bahia inteira se voltam para identificar os problemas do estado e fazer com que ele continue a crescer a taxas acima da média nacional, tradição baiana desde a década de 70. Novos empreendimentos precisam vir e o primeiro módulo do Agenda Bahia, que discute mobilidade urbana e portos, toca num ponto vital. Infraestrutura é o principal entrave ao crescimento do estado?Nosso porto (de Salvador) ficou obsoleto, e Aratu é insuficiente. Pernambuco e Ceará são dois exemplos. Suape foi uma revolução em Pernambuco, e (o porto de) Pecém contribuiu muito para o crescimento do Ceará. Nós patinamos nesta área, o que deixou um gap de crescimento mais acelerado. O senhor é presidente do maior grupo de comunicação do Norte e Nordeste, líder em praticamente todos os segmentos em que atua, e que se notabilizou também na área de entretenimento. O Agenda Bahia marca um novo tipo de atuação do grupo e o momento da Rede, com a liderança do CORREIO, a chegada da CBN, no segmento de negócios?Com certeza. Com um jornal líder, que busca debater estes temas importantíssimos, e uma emissora de notícias, como a CBN, estamos mais habilitados a buscar permanentemente o debate para o desenvolvimento do estado. Estamos prestando um serviço à Bahia, exatamente aquele a que nos propusemos na nossa missão e valores. Ganhamos mais força para buscar este objetivo permanente do grupo. O Agenda Bahia tem a vocação de se tornar um fórum natural, um elo, entre empresários, executivos, governo e universidade para debater os caminhos do estado?Somos um meio de veiculação das ideias de todos os segmentos e, como tal, podemos reuni-los para debater e buscar soluções. Somos facilitadores deste processo. Assumimos esta posição de vanguarda e vamos seguir nela. Um segmento que estamos desenvolvendo no grupo é o de eventos de negócios para debater o que a Bahia precisa e melhorar a gestão nos seus mais variados níveis. O Agenda Bahia é o pioneiro destes eventos que serão multiplicados. O Agenda marca uma fase de maturidade da Bahia para debater seus problemas e suas alternativas acima de divergências políticas e independentemente da cor política de seus atores?Claro. Todos devem tirar suas camisas coloridas da política e buscar o que é melhor para a Bahia e para os baianos. É um dever de todos nós ir para o debate de forma absolutamente aberta, sem preconceitos, sem matizes ideológicos. É um fórum que busca pontos comuns e nós, como rede de comunicação, o empresariado, o governo e a comunidade acadêmica temos que nos juntar para que o produto deste evento seja positivo na busca dos melhores caminhos para o estado no futuro. Para enxergar melhor esses caminhos, o Agenda busca também mostrar as vantagens do estado em relação às outras unidades da Federação. Quais, em sua opinião, são as principais vantagens competitivas do estado?Temos um imenso litoral, uma área agrícola extremamente favorável - em que pese uma área grande de semi-árido -, temos rios, uma posição geográfica central no país, colada no litoral. Nós já lideramos o Nordeste, ou seja, temos uma série de vantagens. Mas precisamos usar isso de forma inteligente, melhorando a infraestrutura, a mobilidade e lutar para obter cada projeto de investimento que se dispuser a vir para Bahia. É preciso diversificar a economia. A Bahia era até pouquíssimo tempo um estado monoagrícola, com economia baseada no cacau até o início da década de 70. Se em 30, 40 anos, houve uma revolução na economia da Bahia, ela é um exemplo de que podemos mais. Esse primeiro módulo do Agenda Bahia vai ao ponto nevrálgico para esse desenvolvimento que é a questão da infraestrutura. Falando em infraestrutura, o debate sobre portos abrirá a segunda edição do Agenda. Como o senhor vê a situação dos portos?O ponto número um para atrair novos investimentos é porto. O governo aposta alto no Porto Sul com recursos federais, mas precisa também dar atenção a Aratu e ao porto de Salvador. Com suas deficiências e limitações, ainda podem melhorar. Precisamos ter várias alternativas para manter um nível desejado de atração de investimentos. A Bahia deu saltos imensos no passado com a petroquímica e a consequente criação do Porto de Aratu, que foi também um indutor. Depois tivemos a indústria automobilística e o papel e celulose. Outras indústrias, inclusive fornecedoras de matéria-prima para estes polos maiores, poderiam ter vindo se não tivéssemos problemas de infraestrutura e alternativas como o Porto de Suape ofereceu em Pernambuco. Em que medida, o senhor acredita que a deficiência em infraestrutura retarda o processo de industrialização do agronegócio na região Oeste?Se tivéssemos um canal de escoamento da produção agrícola e agroindustrial, poderíamos ter mais empresas na região e um desenvolvimento maior. A Ferrovia Oeste-Leste é uma alternativa interessante, mas demorou a começar. Se tivesse começado antes, teria ajudado a impedir que outros estados tivessem ocupado espaços que seriam nossos e acelerado a captação de novos empreendimentos industriais. Outro ponto do seminário é mobilidade urbana, que tem forte relação com infraestrutura. Um sistema mais eficaz reduz custos e aumenta a competitividade. A mobilidade tem dois aspectos importantes: o primeiro é complementar aos portos, para facilitar o trânsito entre a produção e o escoamento. O outro tem a ver com o ir e vir das pessoas. No caso específico de Salvador, temos uma estrutura viária que foi montada na virada dos anos 60 para 70. As grandes intervenções que ACM fez como prefeito e, depois, governador que representaram uma revolução urbana em Salvador. Teve pouca coisa depois disso: a (avenida) Luis Eduardo Magalhães, aquele trevo da Rótula do Abacaxi e uma parte da Via Portuária. A população cresceu quatro vezes, o que não foi acompanhado nas intervenções na cidade. Uma decisão acertada como o metrô, por exemplo, acabou tendo uma condução errada. Temos daqui a três anos um evento importantíssimo, a Copa do Mundo, e há uma apreensão grande que não tenhamos um conjunto de mobilidade urbana à altura do que se deseja de uma sede de evento como este. O próprio governo federal demonstrou estar preocupado com o prazo de execução, envolvendo mais de 20 quilômetros de metrô. Hoje um outro ponto fundamental para o desenvolvimento é a sustentabilidade. Dentro dela, um tema importantíssimo é a inovação. Para o senhor, faltam mais iniciativas neste sentido?A competitividade é um ponto essencial. E para isso é preciso inovar dentro de um ambiente de sustentabilidade. Hoje, essa palavra não significa falar só de meio ambiente. Sustentabilidade da economia é a chave para o desenvolvimento. Está ligada à modernidade, a olhar para o futuro de forma sustentável. Se quisermos dar passos à frente, temos que pensar dentro de um foco de sustentabilidade. A Rede Bahia é inovadora?Nos 24 anos do grupo, inovamos muito, criamos coisas novas para a Bahia e continuamos inovando. A inovação está no nosso DNA. O CORREIO é um exemplo disso. Fizemos uma revolução em termos de jornal que foi inclusive citada pela revista inglesa The Economist como exemplo internacional de inovação. Somos empreendedores e inovadores. E continuaremos assim. Essas ações que estamos fazendo como o Agenda Bahia é outro exemplo disso. A Bahia não pode perder sua posição vanguardista no Nordeste. O senhor não acha que a liderança no Nordeste para a Bahia é pouco? Ela não precisa ganhar mais relevância nacional?Claro. É como a Rede Bahia. Para nós, já não basta ser líder no Nordeste. Temos que buscar mais. A liderança na região, se for bem administrada, vai continuar. Mas temos que disputar posições entre os maiores estados brasileiros. Somos a terceira capital, o quarto colégio eleitoral, temos questões graves, como o semi-árido e bolsões de pobreza, mas isso não impede a gente de ir buscar mais. E o momento é esse, em que todas as atenções do país estão voltadas para o Nordeste e a Bahia em particular? A parceria para a realização do Agenda Bahia mostra isso. Nossos parceiros estão alinhados com esses objetivos. Buscamos pares que pudessem nos dar suporte técnico e também visão estratégica de negócios: a Fieb, que reúne o empresariado baiano e estuda com profundidade nossa realidade, e a Ufba, da qual me orgulho de ser professor, com a participação da comunidade acadêmica. É preciso ressaltar a participação da Braskem, da Petrobras, patrocinadores globais, e de todos os demais parceiros que tornaram possível a realização de um evento do mais alto nível. O Agenda Bahia, em resumo, é para pensar o futuro do estado.

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