Hebert Menezes de Amorim Neto morreu com seis tiros (Foto: Acervo Pessoal)
O julgamento do tenente da Polícia Militar suspeito de matar um homem dentro de um shopping em Alagoinhas, cidade localizada a 110km de Salvador, foi adiado novamente. O caso aconteceu em abril de 2014, há quase 8 anos, e segue sem desfecho.
O policial Marcelo Andrade de Souza é suspeito de matar, com seis tiros, Hebert Menezes de Amorim Neto, de 33 anos. Na época, segundo informações da 2ª Coordenadoria de Polícia Interior (Coorpin/Alagoinhas), a vítima estava comemorando o aniversário de uma criança, quando o tenente pegou um pedaço de carne sem autorização.
O delegado Glauco Suzart, que investigou o caso, informou que o rapaz questionou a atitude do tenente, que não estava fardado. O PM, por sua vez, sacou a arma e atirou contra o jovem. Em 2018, durante depoimento em que suspeito apresentava sinais de embriaguez, ele afirmou ter se defendido de três homens armados que estavam na mesa. No entanto, a polícia disse que não há registros de outras pessoas armadas no local.
O tenente, que era lotado na 1ª CIPM, no bairro de Pernambués, em Salvador, foi preso em flagrante e encaminhado para a delegacia de Alagoinhas. Outras três pessoas ficaram feridas no dia do crime.
Julgamento
Em 2018, o julgamento do PM chegou a ser iniciado, mas ele foi adiado após defesa entrar com recursos que deveriam ser analisados no processo. Em agosto de 2019, o policial foi solto após um pedido de relaxamento de prisão feito à Justiça.
Quatro anos depois, um novo julgamento foi marcado para ser realizado nesta quinta-feira (10) com júri popular na cidade de Alagoinhas. Porém, a sessão foi postergada mais um vez. De acordo com o advogado da família, Manoel José Almeida, o motivo do adiamento é a abertura de um processo de "desaforamento". O suspeito afirma sofrer ameaças e insultos por parte dos familiares da vítima.
Ainda segundo o advogado, o recurso foi postulado no dia 7 de março e aceito pela desembargadora Rita Silgueira na sexta-feira (9). A defesa do tenente pede a mudança do local da realização da audiência, por considerar inseguro que o cliente seja julgado na mesma cidade em que ocorreu o crime.
Agora, é preciso que ocorra um "julgamento colegiado" sobre o processo de "desaforamento". Manoel José Almeida explicou que três desembargadores (relator, revisor e segundo julgador) vão avaliar o processo e decidir se o acatam ou não o pedido. Caso seja negado, será marcada uma nova data para julgamento do caso.
O advogado também afirmou que em nenhum momento a família da vítima ameaçou ou confrontou o réu, e que vão acompanhar o desenrolar do processo aberto pelo réu e tentar acelerar o julgaento.
A irmã de Hebert Menezes, Manuela Farias, desabafou sobre a situação. "Esperamos que resolva logo, que acabe isso. Quanto mais demora, pior. A gente não esquece, nunca vai sair da nossa cabeça. Mas o julgamento ameniza a dor", disse.
Hebert Menezes de Amorim Neto deixou dois filhos, na época com 4 meses e 6 anos de idade.
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Redação iBahia
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