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Mar Grande: só restou a dor da despedida

Uma parte dos que morreram na tragédia, a maior da história recente da Baía de Todos os Santos, foi sepultada na sexta-feira (25)

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Redação iBahia

26/08/2017 às 23:27 • Atualizada em 28/08/2022 às 15:28 - há XX semanas
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Ninguém cantou as dores do mar como Dorival Caymmi (1914-2008). Em suas canções, a tristeza e angústia das famílias que perdiam seus entes para as águas. “Quanta gente perdeu seus maridos seus filhos/Nas ondas do mar”, diz em O Mar.
Um dia depois da tragédia da lancha Cavalo Marinho I, que virou 10 minutos após iniciar a travessia entre Mar Grande e Salvador e vitimou 18 pessoas, na última quinta-feira (24), a dor persiste. Aliás, é até mais forte. Se antes era a dor da perda dos familiares e amigos, agora é a dor da despedida, do amor que, aos poucos, se transformará em saudade.
(Foto: Amanda Palma/Correio)
Uma parte dos que morreram na tragédia, a maior da história recente da Baía de Todos os Santos, foi sepultada na sexta-feira (25), incluindo os corpos das três crianças: Davi Gabriel Monteiro Coutinho, de 6 meses, e Lucas Medeiros Leão, 2 anos, enterrado junto com a mãe, Tais Medeiros Ramos de Sales, e Darlan Queiroz Reis Julião, 2 anos.
Entre os sobreviventes, as cenas de terror do acidente não serão facilmente esquecidas. Geram traumas, pesadelos. Dos mais de cem atendidos nas unidades de saúde de Salvador, Itaparica e Santo Antônio de Jesus, cinco seguem hospitalizados. A Secretaria estadual de Saúde (Sesab) não informou o estado deles.
As buscas por novas vítimas da tragédia seguiram no dia de ontem. No entanto, as equipes de resgate da Marinha, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros não encontraram qualquer vestígio. A Cavalo Marinho I segue encalhada no recife de Mar Grande para onde a corrente a levou depois do acidente. Algumas pessoas foram conferir de perto o que restou da lancha, que, inclusive, teve o casco perfurado. Um símbolo de dor.
Ontem, a Capitania dos Portos fez uma perícia inicial. Na próxima semana, o órgão realizará outra. A perícia já faz parte do processo de investigação das causas do acidente. Só após a finalização deste trabalho que a CL Transportes Marítimos, dona da embarcação, deverá retirar o que sobrou dela do mar. A empresa apresentará o plano para isso, que deverá ser aprovado pela Marinha.
A Polícia Civil também trabalha no caso. Ontem, 20 pessoas, entre passageiros e tripulantes, prestaram depoimento tanto em Salvador como na Ilha de Itaparica. Enquanto isso, a travessia Mar Grande/Salvador por lancha segue suspensa. O transporte somente deverá ser retomado no início da próxima semana.

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