Segundo o médico, ele não acompanhou a gravidez em questão, era apenas o obstetra de sobreaviso do hospital. "Como é rotineiro, tem um médico de plantão que interna a paciente e chama a gente para fazer a avaliação. Ela não foi avaliada por um obstetra durante os nove meses de gravidez. Chegou sem ultrassom, fizemos depois", conta ele, em entrevista ao CORREIO.
Rubem diz que realizou todos os exames de rotina, como avaliação da placenta e posição do bebê. "O parto começou, a mamãe começou a fazer força e apareceu a cabeça (do bebê). É sabedoria popular: passou a cabeça, passa o resto. Mas aí não passou. Tenho 40 anos fazendo parto, isso nunca me aconteceu". De acordo com o médico, após aparecer a cabeça, é preciso retirar a criança em até três minutos. "Os minutos passaram e não consegui tirar; a criança perdeu a circulação. Chamei o anestesista que fica de sobreaviso, ele veio imediatamente e aplicou uma anestesia geral. Tinha ainda uma enfermeira e dois técnicos de enfermagem. Ninguém conseguiu puxar a criança", conta.
Após a morte do bebê e o fracasso em retirá-lo, o médico disse que o procedimento de degola era o correto para salvar a vida da mãe. "Tinha que ser feito exatamente o que eu fiz. Chamei o pai, expliquei a situação e pedi autorização a ele. Era preciso tomar essa posição radical para salvar a mãe", afirma, adicionando que o pai autorizou o procedimento.
O bebê tinha 5,8kg. Questionado se o parto normal seria o mais indicado, o médico revelou: "eu não sabia (do peso). Ela não tinha acompanhamento com ultrassom". Rubem diz que realizou todos os exames e que "(a mãe) já tinha parido o primeiro filho em parto normal. Se o primeiro foi normal, tudo indica que os próximos também serão", afirma.
O Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) vai investigar o caso. Segundo o órgão, sua seção regional de Itapetinga foi notificada na quinta-feira (24). Uma sindicância será aberta para apurar os fatos. A Polícia Civil também investiga, após a família prestar queixa na delegacia de Itapetinga. Rubem afirma estar com a consciência tranquila. "Ninguém me intimou, mas estou disposto a ser investigado pela polícia. Estou disposto a ser investigado pelos médicos também, pelo Conselho de Medicina".
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