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Postura marcante, coturno nos pés e arma na cintura. Essas são as mulheres da Polícia Militar da Bahia. Conhecidas pela sociedade civil como “PM Fem”, elas não deixam a feminilidade de lado nem mesmo na hora do fardamento padrão. Usam maquiagem, brincos e anéis, apesar da forma de se portar disciplinada e autoritária, não escondem a delicadeza e simplicidade que toda mulher tem. Diferente do que muitos pensam, os hábitos femininos são liberados para as policiais. O único requisito é respeitar as limitações instauradas pela corporação, o que elas já sabem desde que prestam o concurso para a profissão. Muitas tiveram que dar adeus à chapinha, pelo menos, durante a semana. O cabelo deve estar sempre preso, em coque, os brincos não podem ultrapassar o arco da orelha, por medida de segurança, e a maquiagem deve ser leve ou em tons que não contrastem com as fardas ou a pele. Assim como argolas, o uso de pulseiras, colares, esmaltes e unhas grandes é proibido. Podem usar no máximo dois anéis, sendo um em cada mão. As saias foram substituídas pelas calças semelhantes as dos homens.
Perfis - Algumas acabaram de sair da adolescência, outras são mães, casadas e experientes, mas em um aspecto elas são todas iguais: carreira militar. Na maioria dos casos, o que incentiva a entrada na corporação é a busca pela realização de um sonho, estabilidade financeira ou vocação.
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A oficial Jaqueline Nascimento está neste grupo e decidiu sair da “vida civil”, onde era professora de matemática, para dedicar-se à carreira militar. Ela está na Polícia há três anos e foi uma das concluintes do curso de Formação de Oficiais Tenentes de junho de 2010 ."Gosto do militarismo desde criança e sempre foi um sonho alimentado pelo meu pai e aí eu decidi. Tomei conhecimento dos procedimentos para ingressar na Polícia e comecei a buscar", conta a jovem PM, que tem 26 anos.O sonho de Jaqueline Nascimento reflete no seu comportamento desde quando a PM era uma estudante universitária. "Eu não tive um choque muito grande, porque o meu jeito de ser não contrastava muito. Nunca fui de usar adereços extravagantes, então em relação à apresentação pessoal não tive muita dificuldade. O único obstáculo foi em relação às exigências no que diz respeito ao comportamento como, por exemplo, chamar superiores ou colegas de "Senhor"". Aprender a atirar, pontualidade, responsabilidades, regras, convivência com os homens, subordinação e atividades físicas regulares.Nada disso, porém, interfere no emocional dessas mulheres de garra. Viver longe da família é o pior obstáculo, que elas enfrentam diariamente enquanto vivem o período de formação no internato, na Academia de Polícia. "Eu escolhi isso. As regras são normais e temos que cumprir mesmo, pois elas que moldam a nossa conduta. São necessárias ", confessa a aspirante a oficial Juliana de Jesus, 33 anos, que está no primeiro ano do curso de formação de Tenentes.Para a também aluna oficial Luânily Rocha, 21 anos, as regras que envolvem cabelos, brincos e unhas também não foram empecilho, pois ingressar na PM foi uma escolha pessoal. Quando Luânily entrou na corporação, seu filho ainda era bebê e isso foi o que mais dificultou sua adaptação. “Meu filho era muito novinho e ia completar quatro meses. Aqui temos que dedicar um tempo muito grade. Pensei em trazer meu filho para Salvador, mas não tinha como manter uma babá. O pior era chegar em casa pela noite e ter condições físicas para brincar com meu filho”, conta.
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PM Fem na Bahia – Para as veteranas, seguir regras não é problema, mas satisfação. A PM Rosemary Bonfim, 41 anos, foi uma das fundadoras da Polícia Militar Feminina na Bahia. Ela fez parte da 1ª turma do curso de formação de sargentos em 1990. Ela conta que o modelo dos termos de conduta instalado no estado teve como alicerce a Polícia Militar de São Paulo. "Nós temos uma estrutura hierarquizada e, por isso, temos que nos submeter às regras. Existem outras empresas da área privada que são mais rígidas que aqui. Algumas exigem que você trabalhe o tempo todo muito maquiada e sorrindo" afirma. Segundo ela, todas as regras têm uma finalidade. Na maioria, são medidas de prevenção e segurança individual em ações externas. “Elas são para melhorar nossa estrutura e facilitar a execução de nossas atividades. A saia se mostrou muito ineficaz nos serviços operacionais, se precisássemos entrar em um matagal seremos prejudicadas, por exemplo. Por isso trocamos a saia pela calça, assim como as dos homens”, completa a PM Rosemary.