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Nove pessoas são assassinadas em quatro dias em Jequié

Onda de homicídios foi motivada por disputas pelo tráfico de drogas depois que um traficante foi preso

• 31/08/2015 às 20:17 • Atualizada em 01/09/2022 às 7:48

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Nove pessoas foram assassinadas nos últimos quatro dias, em Jequié, no Centro-sul da Bahia. De acordo com a Polícia, os crimes estão relacionados as disputas pelo tráfico de drogas na cidade. A suspeita é de que a prisão do traficante Sandro Queiróz Santos, o Real, em julho deste ano, tenha impulsionado os conflitos.
“Sandro Real foi preso em São Paulo, há cerca de um mês. Ele liderava o tráfico em Jequié e foi mandado para o presidio de segurança máxima de Serrinha, de onde não tem como comandar o tráfico. Por isso, já esperávamos que houve uma disputa pelas bocas”, contou o coordenador regional de Polícia do Interior (Coorpin), Fabiano Aurich.
Sete dos noves mortos estavam envolvidos com o tráfico de drogas, segundo a polícia. As outras duas vítimas estão sendo investigadas. Por conta da insegurança o policiamento foi reforçado na cidade por equipes das Polícias Civil e Militar, com apoio da Polícia Federal. Não existe prazo para elas deixarem a cidade.
Mortos por engano
O primeiro crime aconteceu na noite de quinta-feira (27), quando o idoso José Carlos Silva, 60 anos, foi assassinado. Segundo a polícia, ele não tem passagem policial, mas um dos filhos da vítima tem envolvimentos com o tráfico de drogas. A polícia investiga se o idoso foi morto por atuação no tráfico ou se em retaliação pela participação do filho.
Na sexta-feira (28), foram assassinados Samuel Pereira dos Santos, o Juquinha, 22, Alexandre Alves Moura, o Carlon Cigano, 25, e Alessandro Santana Velasques, 24. De acordo com o delegado, Juquinha e Carlon Cigano estariam envolvidos com o tráfico de drogas. A morte de Alessandro, no entanto, pode ter sido uma retaliação.
“Ele tem passagem por posse de drogas e desacato, mas as nossas investigações apontam que Alessandro estava trabalhando e era um rapaz direito. O irmão dele, Alexandro Velasques, conhecido como Num, é quem tem envolvimento com o tráfico de drogas”, afirmou Aurich. A polícia está investigando se Alessandro foi confundido com o irmão ou se os assassinos sabiam que ele não era Alexandro, mas mesmo assim o mataram para poder se vingar do traficante. 
Fim de semana
No sábado (29), foi assassinado Eduardo Santos Souza, 24. Segundo a polícia, ele tinha passagens por tráfico de drogas em Jequié e Ipiaú, além de agressão a mulher em Feira de Santana. No mesmo dia foi morto Alessandro Vieira Santana, o Pé no Saco, 27. “A informação que temos é de que ele comprava drogas nas mãos dos traficantes e não pagava. Já estava fazendo isso há algum tempo e por isso estava com a cabeça a prêmio”, contou o delegado.
Ainda no sábado foi morto Mikael Oliveira Ferreira. A polícia não soube informar a idade dele, mas disse que o Mikael foi um dos autores da morte de Carlon Cigano, no dia anterior. No domingo (30), foram assassinados Ivanildo Oliveira Soledade, o Nego ou Sinho, 35 - Ele tem cinco passagens por tráfico de drogas em Jequié – e Beatriz Cavalcante dos Santos, 19 anos. De acordo com a polícia, ela estava envolvida com o tráfico de drogas e havia ameaçado traficantes rivais nos últimos dias. “Alguns bandidos estavam circulando na área que ela considerava dela. Ela ameaçou eles de morte”, afirmou o delegado.
Reforço
Por conta do clima de insegurança, o policiamento foi reforçado na cidade de Jequié, com policiais da Companhia Independente de Policiamento Tático (CIPT-Sul), Rondesp Sul, Companhia Independente de Policiamento Especializado (CIPE), Sudoeste e Gerais, e do 19ª Batalhão da Polícia Militar (Jequié).
A assessoria da Polícia Militar informou em nota que duas pessoas foram presas. “Desde ontem (domingo), duas pessoas foram presas e três armas de fogo foram apreendidas e encaminhados para a Delegacia Regional de Jequié. As equipes de reforço permanecerão na cidade até quando houver necessidade”, diz a nota.
De acordo com o delegado, houve reforço no número de investigadores da Polícia Civil e a Polícia Federal está dando apoio às investigações, em Salvador. Ainda segundo ele, os autores de quatro homicídios foram identificados, enquanto nos outros cinco crimes os investigadores têm suspeitos.

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