Depois que dois caixas eletrônicos foram explodidos na madrugada desta terça-feira (7) em Ibirapitanga, no sul do estado, o prefeito da cidade, Antônio Conceição Almeida, conhecido como Gude (PSL), disse acreditar que o problema não é a falta de policiamento no município. "Não vejo como falta de segurança, porque é um fato que está acontecendo em várias cidades do estado e do país", diz. Ibirapitanga tem quatro policiais militares no momento. "Se tivesse 20 policiais, não ia resolver (...) Quando o policial vem com uma pistola, os bandidos vêm com um fuzil. Esse tipo de assalto é muito difícil de combater". Para o prefeito, a melhor maneira de evitar essas situações é investindo em tecnologia na segurança dos bancos. "Um banco guardar R$ 100 mil, R$ 200 mil, isso também ajuda (os bandidos). Tem que trabalhar mais com previsão. Precisa melhorar a tecnologia. Não pode os bandidos cortarem a energia do poste e o alarme não tocar", diz Gude, lembrando um assalto que aconteceu assim na cidade no passado, quando sequestraram o gerente de um banco. Para o prefeito, ainda, cada banco deveria ter um segurança particular. "A cidade não tem condição para manter um policial em cada lugar desse". Furto As explosões aconteceram durante a madrugada, por volta das 3h30. Segundo a delegacia de Ibirapitanga, os bandidos explodiram totalmente um caixa e parcialmente outro com dinamite. Um vidro do banco também foi destruído. A polícia ainda não sabe quantos bandidos participaram da ação. "As pessoas ficaram temerosas, ninguém sabe bem o que aconteceu", diz o investigador Edson Sales. "O coordenador regional já deslocou uma equipe e estamos investigando". A quantia roubada não foi divulgada. Outros casos na cidade No ano passado, Ibipirapitanga registrou dois outros assaltos a banco similares. Em maio, seis homens armados roubaram uma agência do Banco do Brasil e dois policiais militares que faziam uma blitz por perto foram levados como reféns. O gerente e o segurança do banco também foram levados. Em outubro de 2010, bandidos renderam a família do subgerente do Banco do Brasil durante a madrugada, mas depois de uma negociação com a polícia os dois homens que pretendiam assaltar o banco se renderam e liberaram a família e o funcionário. Com eles, a polícia apreendeu armas e munições. Os dois bandidos eram fugitivos - um da delegacia de Aurelino Leal e outro do Presídio de Teixeira de Freitas. Roubo a banco cresce na Bahia Em menos de duas semanas, do dia 26 de maio até hoje, ocorreram diversos assaltos a bancos no interior do estado e caixas eletrônicos foram explodidos. Em Andaraí, os gerentes foram feitos reféns. Já em Aracatu, os bandidos explodiram dois caixas eletrônicos de duas agências. Situações semelhantes ocorreram em Angical, Boninal e Ibiassucê, sendo que neste último os bandidos, além de renderem a polícia militar e assaltarem três bancos, fizeram um arrastão. Salvador, a Região Metropolitana e até Itaparica, na Baía de Todos os Santos também não estão fora das explosões aos caixas, sejam em bancos ou estabelecimentos comerciais. Em Lauro de Freitas, os bandidos explodiram um terminal de auto atendimento em uma farmácia. Na Ilha, um quiosque que fica em uma praça também foi explodido. Na capital baiana, só no mês passado, foram quatro registros, sendoo dois em Campinas de Pirajá, um em Massaranduba e outro no Dois Leões. Prevenção é saída, diz secretário Em toda a Bahia, já são 31 casos este ano. O secretário de segurança pública Maurício Barbosa disse em entrevista ao programa "Que Venha ao Povo", da TV Aratu, que a polícia não tem condições de lidar com todas as quadrilhas que assaltam bancos neste momento, especialmente pela deficiência de policiamento à noite e no final de semana. "Nos últimos quatro meses, prendemos mais de 50 assaltantes de bancos e mais de 11 assaltantes morreram em confrontos com a polícia (...) Sabemos que há uma migração sim, quando nós apertamos em cima do tráfico, eles colocam o roubo a banco como prioridade. E a nossa prioridade também é fazer essa antecipação". Segundo o secretário, cinco equipes da polícia civil no interior são responsáveis por investigar os casos. Falando sobre a dificuldade de controlar as oito divisas da Bahia, o secretário disse que a maioria dos bandidos vem de Minas Gerais, Goiás e Pernambuco. Barbosa também disse que é necessário que os bancos se juntem à SSP no combate aos assaltos, justamente investindo em tecnologia. "Colocarmos circuitos de câmeras ligados a uma central de monitoramento (...), a questão do retardo do cofre para 30 minutos, que já dá um tempo maior para que a polícia chegue", disse o secretário, citando também o artefato que explode e mancha notas de caixas eletrônicos em caso de roubos.
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