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Pesquisa desmente preguiça baiana

Estudos apresentados na USP mostram que em empresas baianas se trabalha tanto quanto nas do Sul

• 08/07/2010 às 10:47 • Atualizada em 29/08/2022 às 16:56 - há XX semanas

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As obras do metrô de Salvador começaram em 1999, mas até agora não foram concluídas. Em meio às descobertas de superfaturamentos, os serviços foram suspensos diversas vezes e até agora a população não viu o metrô andar sob os trilhos. Será que mais de uma década para construir um metrô confirma o mito que o baiano tem de ser preguiçoso? Carmem dos Santos, mais conhecida como Dona Carminha, tem 39 anos e trabalha na Feira de São Joaquim, na Cidade Baixa, há 11 anos. Ela acorda todos os dias às 4h da manhã e às 4h30 já está na feira arrumando as suas frutas, folhas, temperos e verduras para vender. Carminha faz parte dos 7.500 feirantes que trabalham em mais de quatro mil boxes, na tradicional Feira de São Joaquim, em Salvador. Ela conta que quando sai de casa prepara uma quentinha e leva para almoçar, mas não toma café para não se atrasar. “Quando saio de casa ainda está tudo escuro, mas eu já me acostumei. Preciso fazer isso para ajudar meu marido nas despesas de casa”, conta. Então, será que o baiano é mesmo preguiçoso? História - Antes da chegada de Caramuru e Tomé de Souza, a Bahia era habitada pelos tupinambás e eles não trabalhavam quase nada. Os índios só queriam saber de festejar. Segundo o antropólogo Alberto Albergaria, quando a capital do Brasil foi transferida para o Rio de Janeiro, a Bahia entrou em decadência e apenas o Sul do país parecia crescer. “Na época, o ritmo dos baianos era o mesmo dos pescadores, dos saveiros e das festas populares. Depois, em meados do século XX, a Bahia começou a se reerguer com a vinda da Petrobras e dos pólos petroquímicos”, explica Alberto. A fama de preguiçoso do baiano foi tema de uma tese de doutorado, chamada O Mito da Preguiça Baiana, apresentada na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, da USP, pela pesquisadora Elisete Zanlorenzi. Em seu texto ela reúne alguns levantamentos de empresas de Salvador que comprovam que o baiano trabalha tanto quanto os outros brasileiros. Uma pesquisa realizada por uma empresa com sede no Pólo Petroquímico da Bahia revelou que durante o mês do Carnaval, há mais faltas abonadas na filial em São Paulo (0,61%) do que na sede em Salvador (0,27%). De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado no dia 17 de março, pelo Ministério do Trabalho e Emprego, em janeiro e fevereiro de 2010 a Bahia criou 20.512 novos empregos, acumulando a quase totalidade das vagas criadas neste período na região Nordeste, que foi de 20.543. Esta imagem malemolente que o baiano carrega nas costas foi construída ao longo da história, ao mesmo tempo em que foi fotografada por Pierre Verger, romanciada por Jorge Amado, pintada por Caribé e cantada por Dorival Caymmi. A fama do baiano ser preguiçoso tem e sempre teve duas vertentes, mas segundo o antropólogo Alberto Albergaria, como não existe um consenso sobre o que é, de fato, o valor do trabalho e o ócio, cabe a nós, baianos, saber conviver com esta fama e tirar bom proveito dela.

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