Menu Lateral Buscar no iBahia Menu Lateral
iBahia > bahia
Whatsapp Whatsapp
BAHIA

Polícia Federal retira moradores irregulares de condomínio

Os imóveis seriam alvo de especulação, e estariam sendo vendidos e alugados após receberem benefício do programa do governo federal Minha Casa Minha Vida

• 17/04/2012 às 8:45 • Atualizada em 03/09/2022 às 4:50 - há XX semanas

Google News siga o iBahia no Google News!
Agentes da Polícia Federal e policiais da Tropa de Choque da Polícia Militar realizam nesta terça-feira (17) uma operação de reintegração de posse pela Caixa Econômica Federal de imóveis do Minha Casa Minha Vida. Eles retiram moradores irregulares dos imóveis do condomínio residencial Dona Lindu, em Itinga, município de Lauro de Freitas. Os agentes da PF acompanham a retirada de moradores de apartamentos irregularmente ocupados. Os imóveis seriam alvo de especulação, e estariam sendo vendidos e alugados por beneficiados do programa do governo federal Minha Casa Minha Vida. Moradores fazem a retirada dos imóveis depois de receberem a notificação da Justiça no início da manhã de hoje. A Caixa informa que, no ato da entrega das unidades, todos os moradores são notificados pelo banco quanto à proibição da venda dos imóveis no período de duração da vigência do parcelamento. Como penalidade, a Caixa prevê a "rescisão do contrato de parcelamento, resultando na cobrança integral e à vista do valor de venda, abatidos os pagamentos já realizados". A Caixa Econômica reforça que todos os imóveis irregularmente vendidos serão retomados. Na Bahia, as habitações contratadas pelo Minha Casa, Minha Vida totalizam 104.731 residências com investimentos de R$ 4,93 bilhões. Em todo o estado, foram entregues 21.749 mil unidades, na faixa de renda até R$ 1,6 mil. O estado segue com o recorde na contratação de moradias para esta faixa do programa.
Residencial Dona Lindu
Em janeiro deste ano, o CORREIO denunciou o aluguel e a venda ilegal de imóveis destinados a beneficiados pelo programa. No Residencial Recanto das Margaridas, no Jardim das Margaridas, estruturado para atender famílias do Movimento dos Sem-Teto de Salvador, com renda de zero a três salários mínimos, havia moradores morando de aluguel. Crispim André Oliveira Salomão, ambulante, não teve medo de denunciar que morava no local de aluguel. Na sexta-feira, ele procurou o CORREIO para avisar que o imóvel em que estava já havia sido vendido e que a “corretora” já tinha solicitado que ele se retirasse até amanhã.
Além de abrir as portas da casa, Salomão mostrou as contas de cada mês que paga e entrega os comprovantes à proprietária. Ele disse que não tem recibos. “Acho injusto, porque estou inscrito no programa Minha Casa, Minha Vida, morava em uma invasão e até agora não me chamaram. O governo está dando casa para quem depois vai vender. E eu, vou para onde?”, reclama o morador, que divide a casa com um filho de 14 anos e paga R$ 100 de aluguel, enquanto outros moradores pagam prestações de R$ 50 à Caixa. A mesma denúncia é feita por outros moradores, que confirmam a venda de mais de 20 apartamentos. Eles dizem que uma corretora, de apelido Diu, tem ido no local para pressionar as famílias a se desfazerem dos imóveis. DenúnciaQuando questionado sobre a situação do condomínio, o subsíndico do Residencial, Manoel Bonfim, diz que houve boatos sobre as vendas, mas que as pessoas escondem a realidade dele. “Infelizmente, as pessoas ainda não perceberam a magnitude disto aqui”, diz ele. Já o síndico, que se indentificou apenas como Nelson, tem hoje um escritório na frente do condomínio, onde recebe e organiza as correspondências e faz cobranças junto aos moradores. Estes acusam Nelson de estar por trás das vendas dos imóveis, afirmando que ele lucra com as taxas de condomínio que cobra. A alegação dos administradores do condomínio é que a taxa é de apenas R$ 15, para pagar a água e a luz. Porém os moradores afirmam que pagam R$ 27 mensais. Problemas no Dona LinduAo Correio, os moradores contaram estar satisfeitos, mas informaram sobre problemas graves, como falta de água e de acesso ao transporte público, que só roda dentro da comunidade até as 19h, e somente até Lauro de Freitas. “Para quem está desempregada e tem que pegar dois transportes, fica pesado”, comenta a moradora Valdeci dos Santos. Nesse mesmo condomínio, há problemas de convivência, com moradores usando de forma imprópria o tanque de água, por exemplo.

Leia mais:

Venha para a comunidade IBahia
Venha para a comunidade IBahia

TAGS:

RELACIONADAS:

MAIS EM BAHIA :

Ver mais em Bahia