Preso pela PF, vereador Marco Prisco é transferido para Papuda

Preso na tarde da sexta-feira (18), pela Polícia Federal a pedido do Ministério Público Federal na Bahia, o vereador Marco Prisco, líder do movimento grevista da Polícia Militar e presidente da Aspra (Associação dos Policiais e Bombeiros da Bahia), já foi levado para o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. O embarque foi feito no final da tarde do Aeroporto Internacional Deputado Luís Eduardo Magalhães, sob forte esquema de segurança e longe dos olhos da imprensa.Assim que a prisão foi executada, no Complexo de Costa do Sauípe, onde o político passava a Semana Santa, a liderança do movimento foi assumida pelo deputado Capitão Tadeu, que convocou a tropa da PM a ficar aquartelada até que Prisco seja solto. Porém, de acordo com informações divulgadas por um jornal de circulação nacional, na noite da sexta, e confirmadas pelo advogado de Prisco, da prisão, ele teria orientado os policiais a não retomarem a greve. Mais cedo, um pequeno grupo de PMs chegou a se reunir na Praça Municipal, mas o movimento não teve adesão, nem mesmo presença dos representantes das entidades policiais, que estavam reunidos em uma das sedes das associações, na Avenida Centenário, discutindo a prisão do lider. O tenente coronel Edmílson Tavares, presidente da Força Invicta (Associação de Oficiais da PM), por telefone, se comunicou com os policiais na praça Municipal e pediu que o grupo dispersasse, com o objetivo de não gerar confrontos com o efetivo da Força Nacional, presente na capital baiana. Em entrevista no programa 'Liga dos Baianos' (Bahia FM), na sexta à noite, Capitão Tadeu afirmou que a orientação de manter a tropa aquartelada foi dada para evitar confrontos nas ruas, medida que sustentará neste sábado (19), quando deverá ocorrer uma reunião dos dirigentes das entidades representativas com a tropa para discutirem os próximos passos. Também neste sábado, um grupo de associados ligados à Aspra irá à Brasília para definir um cronograma de ações contra a prisão de Marco Prisco.Prisão - O pedido da prisão de Prisco foi realizado na última segunda-feira (14), dentro de uma ação movida pelo MPF, em abril do ano passado, por conta da greve da Polícia Militar da Bahia realizada em janeiro de 2012. O vereador é processado por crime político grave e qualquer recurso contra sua prisão só poderá ser ajuizado no Supremo Tribunal Federal. A Secretaria de Segurança Pública do Estado divulgou nota oficial, afirmando que o acordo firmado com as entidades representativas da Polícia Militar não foi descumprido e que não teve participação na prisão do vereador. Por sua vez, o comandante geral da PM, coronel Alfredo Castro também reforçou, em nota, que o Estado não tem responsabilidade pela prisão. Em entrevista à TV Bahia, por telefone, afirmou que também foi pego de surpresa com a notícia da prisão. O coronel orientou que praças e oficiais mantenham seus postos de trabalho para assegurar o bem-estar e a ordem na sociedade. Em entrevista ao iBahia, no entanto, o Capitão Tadeu afirmou, ainda na tarde da sexta-feira, que os policiais aderiram ao seu pedido de retorno à greve de forma gradativa, sendo que 70% da tropa permanecerá aquartelada e 30% nas ruas, mas sem atuação. "Os policiais se sentiram traídos", comentou o deputado, que lidera este novo momento do movimento da PM.Nas ruas da cidade, a população ainda conta com a presença do exército, que faz ronda em caminhões, como foi visto em locais como Barra e Pituba, na tarde da sexta-feira. A situação deixa as pessoas em alerta e o que se viu, já no início da noite, foram ruas e pontos vazios. O Sindicato dos Rodoviários orientou motoristas e cobradores a recolherem os ônibus às garagens mais cedo, por conta da situação. Na estação Mussurunga, por exemplo, alguns motoristas já anunciavam a última viagem por volta das 19h30, conforme informou um internauta ao iBahia. Leia entrevista exclusiva de Marco Prisco ao iBahia, poucas horas antes da prisão: Festa com churrasco e arrocha dos PMs não rolou