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Censo 2022

Salvador é a 2ª capital do país com maior número de indígenas

No ranking geral de municípios brasileiros, a capital soteropolitana fica em 4º lugar. Dados são do Censo do IBGE de 2022.

Redação iBahia • 07/08/2023 às 11:27 - há XX semanas

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					Salvador é a 2ª capital do país com maior número de indígenas
Foto: Alberto Maraux/SSP

Salvador é a 2ª capital do país com maior número de indígenas, ficando atrás apenas de Manaus, capital do Amazonas. Na prática, é 4º município brasileiro em moradores indígenas e uma das 50 maiores cidades com população indígena do país - junto com Porto Seguro e Ilhéus. Os dados são do Censo 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As estatísticas indicam ainda que toda a população indígena de Salvador, recenseada em 27.740 pessoas, vive fora dos territórios indígenas. Outro detalhe é que, com exceção de Salvador, as posições no ranking de maiores populações indígenas não se refletem na lista de municípios mais populosos. Exemplo: Feira de Santana é segunda cidade mais habitada da Bahia, com 616.279 habitantes. No recorte de população indígena, no entanto, cai para 6ª lugar.

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Um dado curioso envolve sete cidades baianas que contabilizaram apenas um morador indígena. São elas: Coronel João Sá, Itaquara, Iuiu, Jiquiriçá, Lajedinho, Teodoro Sampaio, Wanderley. Outras oito registraram duas pessoas indígenas, cada uma: Érico Cardoso, Ichu, Matina, Milagres, Morpará, Muniz Ferreira, Nova Ibiá e Várzea do Poço.

Além disso, em apenas seis dos 417 municípios baianos não foram contabilizadas pessoas indígenas, são eles: Cordeiros (com população total de 7.546 habitantes), Malhada (15.398), Piripá (9.152), São José do Jacuípe (10.187), Saubara (11.438) e Sebastião Laranjeiras (9.360). Ao todo, 203 têm menos de 100 habitantes indígenas.

Mapeamento do estado

A Bahia tem a 2ª maior população indígena do Brasil, estimada em 229.103 pessoas. O total representa um percentual de 1,62% da população baiana, estimada em 14.136.417 pessoas. O estado fica atrás apenas do Amazonas, que tem os maiores territórios indígenas do país e chega a 490.854 pessoas.

Na Bahia, foram mapeadas 134 localidades indígenas em 39 municípios, de um total de 417 cidades. O fato de haver um número relativamente pequeno de municípios com localidades indígenas não significa que as demais não tenham habitantes deste grupo étnico. Segundo o IBGE, apenas 7,51% dos indígenas moram em localidades indígenas, definidos como os seguintes territórios:

  • Terras indígenas que já são oficialmente delimitadas: a Bahia possui 35 destes territórios, que já foram homologados pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). Um deles é a Terra Indígena de Águas Belas, que fica na cidade de Prado e foi homologado em 1998, em uma área de 1.208,50 hectares;
  • Agrupamentos indígenas: são os territórios que possuem a partir de 15 indígenas em moradias próximas, vinculados por laços familiares ou comunitários. Ao todo, a Bahia tem 55 lugares deste tipo mapeados, como a Terra Indígena Aldeia Velha, em Porto Seguro, que ainda não possui homologação;
  • Outras localidades indígenas: ocupações dispersas em áreas rurais ou urbanas, territórios que ficam no entorno das terras já homologadas ou agrupamentos, e áreas em que foram constatadas ou há potencial para ocupações indígenas. Ao todo, o estado baiano tem 44 delas.


A maioria absoluta dos indígenas na Bahia vive fora das terras oficialmente delimitadas: 92,49%. O alto percentual não significa que estes habitantes vivam exclusivamente no contexto urbano, mas apontam que eles não estão, predominantemente, nas localidades indígenas descritas acima.


				
					Salvador é a 2ª capital do país com maior número de indígenas
Foto: Reprodução / TV Santa Cruz

Comparativo com censo de 2010 e taxa de não-resposta

O IBGE mudou a metodologia de recenseamento de indígenas entre os censos de 2010 e 2022, o que possibilitou um alcance maior de pessoas pertencentes aos povos originários em todo o Brasil, gerando uma alta brusca nos números absolutos, em várias localidades brasileiras, incluindo a Bahia.

Em 2010, por exemplo, o estado baiano havia contabilizado 60.120 indígenas, um volume 281% menor do que o do Censo 2022. Assim, não é possível comparar os dados de 2022 com 2010, para estabelecer parâmetros de crescimento demográfico destes habitantes, porque o aumento expressivo é um reflexo da mudança do escopo da pesquisa, comprometendo a contagem de novos indígenas.

Explicando:

Em 2010, a pesquisa questionava o quesito cor ou raça (o que inclui indígenas) para qualquer pessoa da população brasileira. Se a pessoa estivesse em terras indígenas já delimitadas, os recenseadores questionavam também se ela se considerava indígena, independentemente da cor que respondesse porque, segundo o IBGE, muitos indígenas não entendiam a questão cor como representação do seu grupo étnico. Por exemplo: pessoas que respondiam serem pardas, mas se consideravam etnicamente indígenas.

Já em 2022, a questão cor ou raça também estava disponível para qualquer pessoa da população brasileira. No entanto, os recenseadores também questionaram se moradores de agrupamentos com possível presença indígena e outras áreas indígenas (como detalhados acima) também se ela se consideravam parte do grupo étnico.

Esta pequena mudança fez a contabilização da população indígena aumentar, uma vez que toda afirmação de cor ou raça é auto declaratória, ou seja, feita pela própria pessoa. Outro fator que ajudou foi a ampla participação dos povos originários na pesquisa do Censo 2022.

A população indígena teve taxa de não-resposta de 1,7% – um percentual menor em comparação com a população geral, que foi de 4,3%. Para concluir o censo dos povos originárias, o IBGE contou com a ajuda de guias comunitários, intérpretes e institucionais.

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