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'São 22 anos de impunidade', diz mãe de Lucas Terra em julgamento

Crime aconteceu em 2001. Lucas tinha apenas 14 anos e flagrou ma relação sexual entre os pastores Joel Miranda e Fernando Aparecido da Silva

Redação iBahia • 25/04/2023 às 10:55 - há XX semanas

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					'São 22 anos de impunidade', diz mãe de Lucas Terra em julgamento
Foto: Reprodução / TV Bahia

Na manhã desta terça-feira (25), os acusados de estuprar e queimar vivo o jovem Lucas Terra estão sendo julgados no Fórum Ruy Barbosa. E a mãe da vítima, Marion Terra, falou sobre o momento.

"São 22 anos de impunidade, de abuso do tempo de espera. Porque esperar para que haja o julgamento de uma criança, todos esses anos, é ferir a nossa família todos os dias. Hoje, eu sinto como se não fosse uma vitória, porque quando passa muito tempo ela perde o efeito, mas eu quero que eles sejam julgados, que eles tenham pena máxima", desabafou em entrevista à TV Bahia.

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O crime aconteceu em 2001. Lucas tinha apenas 14 anos e flagrou ma relação sexual entre os pastores Joel Miranda e Fernando Aparecido da Silva, dentro do templo da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador.

Segundo informações do g1 Bahia, o terceiro pastor envolvido no caso, chamado Silvio Galiza, foi condenado em 2007.

"O meu filho não teve direito à defesa. Era uma criança de 14 anos, ele estava ali porque amava Cristo. Ele era um evangelizador, ele falava de Jesus todos os dias. Ele dizia: ‘mãe, esse bairro aqui da Santa Cruz é um poço de almas, de vidas para eu trazer para Cristo’", disse Marion.


				
					'São 22 anos de impunidade', diz mãe de Lucas Terra em julgamento
Foto: Reprodução / TV Bahia

O pai de Lucas Terra, José Carlos Terra morreu em fevereiro de 2019, no Hospital Geral Ernesto Simões Filho. Ele teve uma parada respiratória decorrente de uma cirrose hepática, diagnosticada um ano antes. Sobre o julgamento e a não presenta do marido, Marion disse:

"É o momento de fechar esse ciclo, e de poder fazer aquilo que o Carlos não pode fazer. O Carlos acabou jogando a toalha, e adoeceu nessa caminhada. Eu lamento por ele, meu companheiro, não estar aqui".

Por muitos anos, Carlos foi o símbolo da luta da família na cobrança da marcação do júri dos pastores. Ele fez vários protestos e chegou a acampar na frente do Fórum Ruy Barbosa, em 2012, para cobrar celeridade da Justiça no julgamento do crime.

"Toda nossa caminhada foi feita juntos. Toda nossa caminhada foi feita um amparando outro. Hoje a me sinto sozinha aqui, mesmo com meu filho [irmão de Lucas]. A companhia dele, que nunca desistiu de lutar – ele sempre acreditou, dizia para mim: ‘Marion, mesmo que demore, mesmo que seja até o último dia da minha vida, nós vamos lutar para que esses homens sentem no banco dos réus’".

"Então, o que eu quero hoje é que haja uma pena justa, uma pena máxima. Que Fernando Aparecido da Silva e o pastor Joel Miranda sejam julgados pela sociedade baiana".


				
					'São 22 anos de impunidade', diz mãe de Lucas Terra em julgamento
Foto: Reprodução / TV Bahia

Ainda segundo o g1 bahia, Marion também chamou a atenção para o fato de que o crime foi cometido dentro da igreja evangélica, envolvendo outros três templos.

"Não foi um crime nas ruas de Salvador. Envolve três templos da Igreja Universal: Pituba, Rio Vermelho e Santa Cruz. Como podem esses homens acharem que, em 22 anos, eles vão tirar o direito meu de julgamento? Acabou para eles. Eu tenho certeza que eles saem daqui condenados. Condenados pela sociedade baiana, que não vai deixá-los impunes".

Por meio de nota, a Igreja Universal do Reino de Deus informou que "está completamente convicta quanto à inocência de Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda", que seguem atuando como pastores nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro.


				
					'São 22 anos de impunidade', diz mãe de Lucas Terra em julgamento
Foto: Reprodução / TV Bahia
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