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Seis dos 135 aprovados para delegado federal são do estado

Mas nem tudo é perfeito: a lotação inicial dos delegados federais é quase sempre em locais inóspitos, pouco povoados ou mal estruturados

• 30/01/2014 às 7:48 • Atualizada em 26/08/2022 às 21:04 - há XX semanas

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Uma mistura de atleta olímpico com nerd apaixonado pelos livros. É basicamente isso o que é preciso ser para passar no concurso de delegado da Polícia Federal (PF). Com mais de 46 mil inscritos e 20 mil aprovados na primeira fase, seis baianos figuram entre os 135 brasileiros convocados para chefiar delegacias federais nos rincões do Brasil, ganhando um salário inicial que passa dos R$ 15 mil. Mas nem tudo é perfeito: a lotação inicial dos delegados federais é quase sempre em locais inóspitos, pouco povoados ou mal estruturados, no extremo norte, sul ou centro do país. “O edital já menciona que será em locais como o Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima, em estados da região Sul que fazem fronteira com outros países, ou em cidades pequenas do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul”, diz Anderson Alves Dias, 35 anos.
Anderson e Clairton tinham o concurso de delegado como meta: objetivo cumprido depois de muito estudo
Ele atualmente é agente federal e trabalha na fiscalização de imigração do aeroporto de Salvador. Mas nenhuma das confusões com que se depara hoje – tentativa de invasão do pátio por viajantes que brigam com a companhia aérea, por exemplo – se compara com o que vai encontrar no novo emprego. “A depender do local onde eu vá ficar, vai haver ocorrência de contrabando, tráfico de drogas, mercadorias ilegais... No Norte, por exemplo, é comum tratar de problemas envolvendo invasão de propriedades e questões com indígenas”, descreveu. Ele é noivo e adiou o casamento para passar pelo treinamento em Brasília. Nova etapaA partir de segunda-feira, a capital federal será palco de uma etapa complicada - apesar de não-eliminatória - para os aprovados. Serão quatro meses e meio em regime de semi-internato (com folgas apenas aos sábados à noite e aos domingos) na Academia Nacional de Polícia (ANP). Lá, os novos delegados serão preparados para o cargo por meio de provas físicas e testes de conhecimentos. Todos já estão a caminho ou de malas prontas para viajar a Brasília. O treinamento na academia não é desconhecido para Anderson. Como agente federal, ele passou um tempo por lá. Apesar disso, tem certeza de que não será nada fácil. “Quando se trata da preparação de delegados, o esquema é mais puxado. Você sai de uma aula teórica para fazer atividade física em seguida. A rotina é bem cansativa. No fim de semana, você quer descansar, mas tem que estudar, porque tem as avaliações”, explica. Segundo Anderson, a escolha das delegacias é feita pelos próprios titulares, através da classificação que cada um obtiver na ANP, desprezando totalmente as colocações do concurso. “Os primeiros geralmente escolhem o Sul do Brasil, que tem delegacias mais estruturadas”, explica. Quando perguntam a Danillo Robatto Tavares Carvalho, 31 anos, há quanto tempo ele estuda para o concurso, ele solta um suspiro. “Rapaz... Tem tanto tempo que eu nem sei. Acho que desde 2010 eu só faço estudar”, afirmou. “É a realização de um sonho. Foquei no concurso de delegado federal, mas os que iam abrindo eu ia fazendo. Cheguei a passar em alguns, mas queria esse”. Até embarcar para Brasília, ele morava com os pais. “Agora já chega, né?”. Marcos de Aguiar Ribeiro, 29, também está colhendo os louros da vitória. Desde que se formou em Direito (vale lembrar que todos têm que ter essa graduação), em 2007, ele se prepara para o concurso. “Sempre foi meu sonho. Sempre estudei querendo este concurso. Mas, enquanto não saía edital, fiz outros”, contou. Não só fez, como passou e tomou posse em três empregos públicos concursados: foi advogado da Petrobras, analista processual do Ministério Público Federal e, por último, Oficial de Justiça Federal. Esforço físicoO Teste de Aptidão Física (TAF), feito em setembro do ano passado no Estádio de Pituaçu, reprovou oito dos 14 baianos que concorriam. “Não tinha nenhum obeso ou sedentário, é porque é difícil mesmo”, diz. Para se ter uma ideia, uma das provas exigia que os candidatos dessem um salto parado cuja altura superasse 2,14 metros. Anderson conseguiu chegar a 2,30m. Marcos, que conseguiu pular uma altura de 2,42 metros, é modesto: “São técnicas. Com treino não fica tão difícil”. Os outros testes envolviam corrida, natação e flexão em barra. Clairton Martins Santos Junior, 27, sentiu dificuldade na hora de cair na água. “Eu fazia aulas de natação para me preparar para a prova, mas a uma semana do teste, não conseguia bater a meta de 50 metros em 41 segundos. Foi meio desesperador. Pensava ‘pô, passei pelas provas subjetiva e objetiva e vou perder na natação?’” . Mas, na hora, Clairton fez bonito: cravou 37 segundos e alguns milésimos. “É muita pressão. Cheguei a fazer uma das provas de virote porque não consegui dormir de tão nervoso”, desabafou. Alain Santos Leão, 34, é assessor de magistrado no Tribunal de Justiça de Vitória da Conquista. “Espero esse concurso há dez anos. Me inscrevi em outros só para fazer escola, para atingir a minha meta”, contou. Ele já foi delegado da Polícia Civil em Teófilo Otoni (MG) e relata que quem tem o mesmo sonho que ele precisa fazer altos investimentos também. “Você não pode parar de estudar e a legislação muda o tempo inteiro. Você tem que comprar sempre livros novos e caros. Se não conta com a ajuda de um pai ou parente, às vezes você fica impedido até de fazer a prova”. Quem entende do assunto, sabe: esta é uma das seleções mais difíceis do Brasil. A maioria deles começou a estudar às cegas, já que não havia previsão para a abertura do edital. Quando finalmente saíram as regras, em 2012, o concurso foi suspenso por um ano por determinação da Justiça, que exigiu vagas para pessoas com deficiência. O último concurso para delegado da PF havia sido em 2004. Quase duas mil vagas abertas em órgãos no estadoOs concurseiros precisam ficar atentos. Há pelo menos 1.926 vagas para cargos públicos em disputa aqui na Bahia. Só o Tribunal de Justiça da Bahia tem 1.383 vagas abertas para nível superior em Direito. As inscrições vão até o dia 5 de fevereiro. A Polícia Militar oferece oportunidade para 70 em postos de nível médio, com inscrições também até o dia 5. Interessados em trabalhar no Ministério Público da Bahia poderão se inscrever até o dia 10 para uma das 80 vagas de nível médio e superior. Os salários, neste caso, são de até R$ 5 mil. Há oportunidades também no Desenbahia - agência de fomento do estado - para nível médio e salários de até R$ 5.472. Ao todo são 15 vagas e as inscrições se encerram dia 5. O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (Ifba) tem 378 vagas com salários de até R$ 3.392,42 e inscreve até o dia 24. Matéria original: Correio24hSeis dos 135 aprovados para delegado federal são do estado

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