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Setor têxtil é um dos maiores geradores de resíduos poluentes

Para amenizar a realidade, a sustentabilidade está na pauta das marcas e semanas de moda, que se mostram preocupadas com a questão

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12/07/2010 às 12:39 • Atualizada em 29/08/2022 às 16:55 - há XX semanas
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Mais de 57 milhões de toneladas de resíduos sólidos foram gerados no Brasil, no ano de 2009. Esse número representa aumento de 7, 7% em relação ao ano anterior e o setor têxtil é um dos maiores responsáveis por esses índices de poluição, com resíduos pesados como materiais sólidos e também corantes. Os dados são resultados do relatório Panorama dos Resíduos Sólidos 2009, divulgado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais. Na tentativa de amenizar os impactos dessa produção a marca carioca Cantão, com franquias em Salvador, criou em 2007 um programa batizado de Movimento Reciclagem Cantão, que faz o reaproveitamento de tecidos e transformando refugos de calçados e embalagens em produtos inéditos. Ambientação limpa - Nas lojas de Salvador, até mesmo a decoração dos espaços utiliza restos de tecidos e materiais, a exemplo de poltronas e puffs que são forrados com tecidos reutilizados. Para substituir os sacos e sacolas, a marca também criou uma ecobag, que é dada de presente aos clientes. A ideia é que ao retornar para as compras, as pessoas levem a sacola de pano para carregar suas aquisições. E sempre que voltarem à loja com a ecobag, ainda ganham 5% de desconto nas compras. "É uma forma de evitar o uso de sacolas plásticas e, também, estimular a volta do cliente motivado pelo preço especial. Essa ação surte um ótimo efeito, principalmente, entre as mulheres jovens, que costumam aderir à campanha", afirma Carla Arguelo, franqueada da marca. Reciclagem - A ideia da reutilização de materiais também é levada para as passarelas. No desfile Florais do Pacífico, no Verão de 2009, por exemplo, duas toneladas de moído de borracha, sobras da produção das sandálias Zoobees, foram usados para representar o Oceano Pacífico. Após a apresentação, o cenário foi usado para a ambientação das lojas. Como brindes para os convidados de um desfile, o Mar de Histórias, foi oferecida uma sacola, feita com as sobras de materiais usados nas vitrines e no Natal de 2008, os clientes receberam como presentes almofadas e bolsas confeccionadas com sobras de tecidos de coleções antigas. No Rio de Janeiro, a Cantão ainda usa sobras de tecidos para a elaboração de figurinos e cenários de instituições e grupos culturais, como a Cia.dos Atores, GAL e Casa da Gávea. Responsabilidade Social - Outra marca que vem investindo na responsabilidade social é a baiana Vivire, focada em moda balneário, a empresa comandada por Virgínia Moraes, procura utilizar em suas coleções materiais de produção limpa. Assim é possível encontrar em suas vitrines bijuterias, bolsas, sandálias, necessáries e capas para notebook confeccionados com tecidos feitos a partir da garrafa PET. Nesta última coleção, a marca fez uma parceria com os artistas plásticos Bel Borba e Gustavo Moreno, que criaram ilustrações especiais para esses produtos, cuja a venda tem lucro revertido para o Grupo de Apoio à Criança com Câncer. A questão da sustentatibilidade está, de fato, na pauta da moda. Prova disso é que a mais recente edição do Senac Rio Fashion Business, realizada no Rio de Janeiro, em maio, teve como tema Reaproveitamento e Energia e trouxe essa discussão, através até mesmo dos seus cenários. Logo na entrada, o público era recebido em um lounge sustentável, com a presença de samambaias e outros elementos como mesas, balcões e luminárias feitos a partir de materiais reciclados. De acordo com a organizadora do evento, Eloysa Simão, isso não foi apenas uma questão estética, mas a consequência mesmo de um evento de moda, que pretende pensar a atividade de uma maneira mais limpa. "hoje o grande luxo é estar em contato com a natureza, ter essa relação com o ecossistema", comenta. E não para por aí. A proxioma edição do evento, que acontece em agosto dá prosseguimento à discussão com o tema Economia Criativa. "Todos deveriam ter condições de pagar por produtos sustentáveis, o que hoje ainda são caros. A modinha ainda é mais barata, porque o processo não é sustentável", comenta.

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