Dois taxistas perseguiram um carro do Uber por quase 2,5 km na noite de sábado (28), em Salvador. A passageira que estava no carro do serviço, ainda sem regulamentação na capital, fotografou os alvarás dos táxis e fez uma postagem sobre o assunto no Facebook. A mulher contou que ficou em pânico e que o Uber foi fechado pelos taxistas quando estava parado em um semáforo. Ela não informou em que local da cidade aconteceu a abordagem."De repente, paramos no sinal e um táxi fechou o Uber e outro impedia nossa passagem do lado esquerdo. Quando percebi o que estava acontecendo fui para o banco do carona e comecei a tirar foto. O nosso motorista conseguiu escapar fazendo diversas manobras. Os dois táxis ainda seguiram a gente por quase 2,5 km, causando medo e desespero. É assim que se encara a concorrência iminente? Com a cultura do terror? Perseguindo e causando pânico?", questionou a mulher na rede social.
Até as 14h30 desta terça-feira (31), o comentário tinha mais de 3 mil compartilhamentos. Amigos da vítima comentaram a publicação e deram apoio à mulher. "Dá queixa e abre processo. Com a identificação da numeração dos táxis fica fácil saber quem é", orientou um homem. Prefeitura diz que agressões são casos de polícia O secretário municipal de Mobilidade, Fábio Mota, contou que três veículos do Uber foram apreendidos esta semana e outros seis na semana passada. “A prefeitura tem o dever de fiscalizar qualquer carro que estiver transportando pessoas que não tenha autorização. O Uber é considerado pela prefeitura transporte clandestino. Não sabemos quem são as pessoas que estão dirigindo, nem se as condições exigidas pelo Código Nacional de Trânsito estão sendo respeitadas”, afirmou.Ele disse também que as agressões entre motoristas e taxistas não são de responsabilidade da prefeitura, mas casos de polícia. “Se está existindo agressão, transcende a competência do Município e passa a ser tratada como questão de segurança pública, não nossa”, disse ao CORREIO. Mais de um mês depois, como está o Uber em Salvador?O presidente da Associação Metropolitana de Taxistas, Valdeilson Miguel, condenou a ação. Segundo ele, a associação não concorda com abordagem violenta e não orienta os taxistas a partir para o embate físico. Ele cobrou fiscalização mais efetiva da prefeitura. “O que temos que fazer é pressionar a prefeitura para que ela faça a fiscalização. Existe a lei proibindo o serviço, então, é preciso que haja fiscalização. A situação não está fácil: tem taxista entregando carro porque não tem mais passageiro em Salvador. Mas quando agimos com violência, colocamos a população contra a gente”, afirmou.Uber é motivo de polêmica A agressão de sábado não foi o primeiro embate entre as duas categorias. Em abril, o CORREIO fez uma reportagem sobre os casos de briga entre taxistas e motoristas de Uber em Salvador. O serviço começou a operar em Salvador no dia 7 de abril deste ano, quando já funcionava em outras dez cidades brasileiras. Exatos 20 dias depois, a Câmara Municipal aprovou, por unanimidade, o projeto de lei que proíbe o serviço na cidade. Apesar de ser considerado ilegal, a empresa responsável pelo serviço informou na época que iria continuar operando em Salvador. A passageira envolvida na confusão do último sábado também afirmou que não vai abrir mão do serviço e terminou o relato com a hashtag #legalizauber.
Passageira registrou o momento em que o taxista jogou o veículo contra o Uber, antes da perseguição(Foto: Reprodução/ Facebook) |
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Redação iBahia
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