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Trabalhadores em situação análoga à escravidão são resgatados em Feira de Santana

Gesseiros vivem nos fundos de uma oficina de tratos, no bairro de Lagoa Salgada, em um galpão sem energia elétrica e nem instalações sanitárias

Redação iBahia • 23/08/2022 às 12:47 • Atualizada em 26/08/2022 às 22:06 - há XX semanas

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					Trabalhadores em situação análoga à escravidão são resgatados em Feira de Santana
Foto: Divulgação

Dois homens, que trabalhavam como gesseiros, foram resgatados em situação de trabalho análogo à escravidão, em Feira de Santana, cidade a cerca de 100 quilômetros de Salvador.

De acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT), os trabalhadores foram encontrados em um alojamento precário, péssimas condições de higiene e conforto, além de alimentação insuficiente e falta de pagamento.

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Os gesseiros foram resgatados na última quinta-feira (18) por auditores-fiscais do MPT, mas o caso permaneceu em sigilo até segunda-feira (22), quando um representante do empregador foi ouvido e iniciou as negociações para pagar a rescisão.

Os trabalhadores vivem nos fundos de uma oficina de tratos, no bairro de Lagoa Salgada, em um galpão sem energia elétrica e nem instalações sanitárias, onde o empregador armazenava materiais de construção e entulhos.

Segundo o MPT, os homens já estão sendo atendidos pela assistência social do município e deverão receber nos próximos dias a primeira das três parcelas do seguro-desemprego especial para vítimas do trabalho escravo.

Caso o empregador não cumpra com suas obrigações trabalhistas perante a Gerência Regional do Trabalho, o MPT estuda a adoção de medidas judiciais para garantir o pagamento das verbas trabalhistas e rescisórias, além de valores de indenização.

Em depoimentos prestados à equipe que fez o resgate, os dois homens contaram que foram contratados para fazer serviços de gesseiro em obras diversas e que, apesar de terem tido as carteiras de trabalho solicitadas para formalização dos contratos, não recebiam salário com regularidade

“Quando tinha serviço, ele dava R$50 por dia, quando não tinha a gente não recebia nada”, afirmou um deles. Enquanto aguardavam novas obras, os dois permaneciam alojados num galpão onde o empregador armazenava placas de gesso acartonado, tábuas, arames e vergalhões, dentre outros materiais de construção e entulho.

Os relatos revelaram que os dois não tinham acesso a sanitários no local e que tinham que fazer suas necessidades e enterrar. Para tomar banho, usavam água armazenada em um tonel, utilizado anteriormente para guardar gesso. De lá também tiravam a água para beber e preparar alimentos.

Os gesseiros contaram que comiam o que era armazenado em caixas de papelão e preparado em fogueiras que eles improvisavam com a madeira do depósito. Para carregar os celulares, eles improvisaram uma ligação clandestina da oficina ao lado do depósito, com graves riscos de choque elétrico e incêndio.

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