A Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) aprovou uma resolução que fará com que se torne a instituição com o maior percentual de estudantes cotistas do estado. De acordo com uma decisão do Conselho Superior Universitário na sexta-feira (1º), a partir do ano letivo de 2018, a universidade passará a reservar 75% de suas vagas para cotistas.
A proposta, que segue as modalidades de cotas para estudantes negros e indígenas que cursaram o Ensino Médio em escolas públicas, foi aprovada por 15 votos a favor e três abstenções. O novo piso será destinado às cerca de 550 vagas dos cursos de graduação profissionalizantes – chamados na instituição de cursos de segundo ciclo. Na verdade, são 12 graduações, que incluem os cursos de Medicina e Direito, mas que só podem ser acessadas pelos alunos que concluíram os cursos de primeiro ciclo (Bacharelados Interdisciplinares ou Licenciaturas Interdisciplinares).
“É uma seleção interna que leva em conta rendimento, desempenho acadêmico e outras atividades que os estudantes se engajam como praticas. (A seleção) Tem a ver com o curso, com atividades de projetos de pesquisa e extensão. Nós somos a (universidade) caçula do Brasil, mas, em termos de percentagem de cotas para entrada na universidade ou de seleção a interna, pelo que tenho notícia, temos os maiores (índices)”, afirmou o pró-reitor de Gestão Acadêmica da UFSB, Daniel Puig.
Além disso, de acordo com o pró-reitor, a UFSB já tem um cenário diferente com relação à reserva de vagas porque, hoje, cerca de 75% dos estudantes da instituição são cotistas. Enquanto a maioria das universidades segue o mínimo estabelecido pela Lei Federal 12.711/2012 – de 50% das vagas reservadas a cotistas –, a instituição do Sul do estado tinha percentuais maiores.
Para o ingresso no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que usa o Enem, são reservadas 55% das vagas. No caso da entrada pela rede de colégios universitários (unidades de ensino da UFSB que funcionam dentro de escolas estaduais da região), a reserva de vagas chega a 80%.
“Definimos 75% para as cotas porque é a demografia dos estudantes que já estão no primeiro ciclo, em alguns cursos mais ou menos. Essa era uma demanda dos alunos e houve um debate interno bastante longo de consolidação e amadurecimento das propostas que vinham sendo debatidas pelos diferentes setores da universidade”, completou Puig.
A reserva de vagas vale, além dos cursos de Medicina e Direito, para as graduações em Psicologia, Antropologia, Saúde Coletiva, Engenharia Agrícola e Ambiental, Engenharia Florestal, Engenharia de Sustentabilidade (com habilitação em Urbana ou Sanitária), Artes do Corpo em Cena, Som e Imagem em Movimento, Oceanologia e Ciências Ambientais.
Em nota, a vice-reitora da UFSB, Joana Angélica Guimarães, afirmou que o processo que levou à decisão fomentou o debate sobre o papel das políticas afirmativas dentro da UFSB. “Apenas estar na universidade não melhora a visão de mundo de ninguém”, pontuou a vice-reitora. A UFSB tem campi nas cidades de Itabuna, Teixeira de Freitas e Porto Seguro. Para maiores informações sobre o processo, visite o site da instituição.
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Redação iBahia
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