Menu Lateral Buscar no iBahia Menu Lateral
iBahia > bienal do livro
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
Whatsapp Whatsapp
Jeferson Tenório

Bienal do Livro: autor revela ameaças antes de vir a Salvador

Jeferson Tenório, autor de O Avesso da Pele, participou na manhã deste sábado (27) da Bienal do Livro Bahia e falou sobre as ameaças que recebeu

Gabriela Braga • 27/04/2024 às 13:06 • Atualizada em 27/04/2024 às 13:42 - há XX semanas

Google News siga o iBahia no Google News!

Jeferson Tenório, autor de O Avesso da Pele, participou na manhã deste sábado (27) da Bienal do Livro Bahia, em Salvador, e falou sobre as ameaças que recebeu antes de vir a Salvador pela primeira vez. Tenório participou da mesa Livros e Liberdade, no Café Literário, ao lado de Livia Natália, poeta baiana e o jurista e professor de direito constitucional da USP Conrado Hubner Mendes.


				
					Bienal do Livro: autor revela ameaças antes de vir a Salvador
Jeferson Tenório revela ameaças na Bienal do Livro. Aline Gama / iBahia

Livia Natália falou sobre o poema Quadrilha, que foi censurado em outdoors da cidade de Ilhéus, em 2016, por trazer à tona a violência policial contra populações negras.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Leia mais:


				
					Bienal do Livro: autor revela ameaças antes de vir a Salvador
Livia Natália na Bienal do Livro Bahia. Aline Gama / iBahia

Já Conrado Hubner Mendes, autor de obras como O discreto charme da magistocracia, tem sofrido tentativas de censura em colunas de jornal.


				
					Bienal do Livro: autor revela ameaças antes de vir a Salvador
Conrado Hubner na Bienal do Livro Bahia. Aline Gama / iBahia

Jeferson Tenório na Bienal do Livro Bahia

Ameaças antes de vir a Salvador


				
					Bienal do Livro: autor revela ameaças antes de vir a Salvador
Bienal do Livro: autor revela ameaças antes de vir a Salvador. Aline Gama / iBahia

No bate-papo realizado na manhã deste sábado na Bienal do Livro Bahia, o autor de O Avesso da Pele, Jeferson Tenório, falou sobre as ameaças recebidas pelas redes sociais antes de vir a Salvador pela primeira vez.

O romance, publicado em 2020, foi comprado em 2021 pelo Ministério da Educação para compor o Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) e foi para as escolas no mesmo ano e também em 2022. A obra acabou sendo adotada por diversas escolas do país, inclusive aqui em Salvador.

"Em 2021 eu vim a Salvador pela primeira vez fazer uma visita a uma escola particular que tinha adotado o livro, e antes de chegar eu comecei a receber ameaças de morte nas redes sociais dizendo que seu eu viesse pra cá falar do livro, que eu teria que fugir do Brasil porque eu seria metralhado", contou Jeferson Tenório.

Ainda segundo ele, outras mensagem ameaçadoras foram enviadas e ele precisou registrar um boletim de ocorrência, além de todo tramites jurídicos. "Encontramos as pessoas que estavam fazendo as ameaças, abriu-se um processo. O que chamou a atenção é que a censura se deu porque o livro trata de uma questão que a gente tem visto bastante, que é a violência policial, e as mensagens que recebia eram sobre isso", disse.


				
					Bienal do Livro: autor revela ameaças antes de vir a Salvador
Café Literário na Bienal do Livro Bahia. Aline Gama / iBahia

Saiba mais sobre a Bienal do Livro Bahia

Vídeo viralizou em 2024

Em 2024, o autor sofreu outro tipo de censura. Segundo ele, uma diretora escolar da cidade de Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul, fez um vídeo sobre o livro pescando frases e palavrões da publicação e disse que o livro era erótico e que o governo atual estaria mandando para as crianças. O vídeo viralizou e ele recebeu a notícia com perplexidade.

"Eu estava terminando meu próximo livro quando recebi o vídeo e fiquei pasmo. Na frente do meu texto fiquei pensando, ''o que faço agora? Vou botar mais palavrões, porque se fez tanto sucesso'", brincou.

O autor aproveitou a oportunidade para explicar que o livro não trata sobre questões eróticas, e sim sobre o luto. A história da obra é de um filho que perde o pai precocemente em uma abordagem policial e que tem que aprender a lidar com esse luto. "Fala sobre a precariedade da educação, sobre racismo estrutural, violência policial. Tudo isso é uma cortina de fumaça pra que a gente não discuta o que tem que ser discutido, e é tudo o que essa outra direita conservadora não quer discutir", opinou.

Segundo Jeferson Tenório, o livro teve uma resposta muito rápida da sociedade e ele recebeu o apoio de muitas instituições, como a Academia Brasileira de Letras, de entidades e movimentos negros, além de artistas como Chico Buarque e Fernanda Torres e também leitores.

Venha para a comunidade IBahia
Venha para a comunidade IBahia

TAGS:

RELACIONADAS:

MAIS EM BIENAL DO LIVRO :

Ver mais em Bienal do Livro