À margem do vexame internacional que passamos por conta do nosso futebol, que nada fez lembrar as jogadas vistosas, gols antológicos e vitórias inesquecíveis de outrora, temos bons motivos para comemorar. Apesar das críticas apontadas em relação ao transporte, comunicação, em outros idiomas, dos envolvidos com o mundial, e altos preços, nada impediu que a Copa, de fato, ocorresse. A “Marca Brasil”, agora em alta, deve seus méritos ao “Padrão Fifa” de hospitalidade do brasileiro.
Inclusive, a hospitalidade dos brasileiros foi um dos pontos mais exaltados pelos turistas internacionais, com avaliação positiva quase unânime - 98% de aprovação - em levantamento realizado pelo Ministério do Turismo. E conquistamos nossos visitantes também pelo estômago, a gastronomia foi outro ponto aprovado pelos turistas, com 93% de aprovação. Já dentro dos estádios, os visitantes elogiaram tanto a segurança quanto o conforto, embora tenham tido ressalvas em relação aos voluntários: todos muito educados e prestativos, mas que não sabiam fornecer informações básicas de localização dos banheiros, bares e assentos; e cuja proficiência em outros idiomas, embora declarada, é questionável, segundo apurou a BBC Brasil. Um “prato cheio” aos pessimistas, embora em termos de logística nas cantinas dos estádios, falhas, tamanho das filas, falta de comida, bebida e preços abusivos, a culpa tenha sido da Fifa, não do Brasil. Leia também 5 lições da Copa para aplicar no Brasileirão A Seleção da Copa do Mundo em Salvador
Outras velhas mazelas brasileiras, bem conhecidas dos brasileiros, também foram mencionadas pelos estrangeiros: o alto custo de produtos e serviços, bem como a desigualdade social e a insegurança, conforme ressalva Mauro Paulino, diretor-geral do DataFolha. Dados desta apontam que 29% dos entrevistados consideraram ruim/péssimo o custo de vida no Brasil, e 27% o alto preço dos hotéis. Os iminentes protestos e greves que prometiam escancarar ainda mais, as nossas fragilidades aos visitantes ocorreram em menor número, comparado à Copa das Confederações.
No entanto, quando ocorreram, em São Paulo e no Rio de Janeiro, foram reprimidas com mão dura pelos policiais e abafada pela mídia. Dados da DataFolha apontam que apenas 29% dos turistas estrangeiros presenciaram algum protesto contra a Copa, e apenas 19% deles os consideraram violentos. Outros pontos sensíveis do Brasil: a segurança foi, no entanto, avaliada positivamente por 92% dos turistas estrangeiros; e o transporte foi avaliado como melhor do que o esperado para 46%, dentro do esperado para 40% e pior do que o esperado para 11% dos entrevistados.
Em suma, o saldo da Copa é positivo: os turistas prometem voltar e recomendar o nosso país. A “Marca Brasil” está em alta! Uma grande oportunidade para o mercado de turismo que deve explorar a visibilidade nacional. Faço minhas as palavras de Vinícius Lages, Ministro do Turismo: “Agora temos o desafio de transformar o interesse do estrangeiro em negócios para o país e benefícios para a população, com geração de emprego e renda”.
*Henrique Mol é especialista em turismo e sócio-fundador da Encontre Sua Viagem, franquia de turismo.
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