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Aborto no Brasil ganha defesa do Conselho Federal de Medicina

O Conselho vai sugerir à comissão do Senado, a aprovação para interrupção da gravidez até o terceiro mês

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21/03/2013 às 10:28 • Atualizada em 27/08/2022 às 0:18 - há XX semanas
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A liberação do aborto no Brasil vai ganhar a defesa do Conselho Federal de Medicina (CFM). O colegiado que nunca havia se manifestado sobre o assunto, informou que vai sugerir à comissão do Senado, responsável pelo Código Penal, a aprovação para interrupção da gravidez até o terceiro mês. Este tipo de medida já é tomada hoje em dia, quando a gravidez apresenta risco para a gestante ou nos casos de estupro. De acordo com o presidente do CFM, Roberto D'Ávila, o tema já vem sendo debatido internamente por dois anos e foi aprovado pela maioria dos conselheiros federais de medicina e dos presidentes dos 27 CRMs (Conselhos Regionais de Medicina), durante uma reunião no início do mês. Para D'Ávila, é necessário que a questão seja discutida e espera apoio de outros setores. "Queremos deflagrar uma nova discussão sobre o assunto e esperamos que outros setores da sociedade se juntem a nós", afirmou. Segundo ele, o CFM tinha que se posicionar sobre o assunto. "Defendemos o caminho da autonomia da mulher. Precisávamos dizer ao Senado a nossa posição", ressaltou. Posição esta que vai de encontro a opinião de alguns profissionais da área, que alegam que o compromisso da medicina é com a vida, como alerta o presidente do CRM-MG, João Batista Soares, que foi contrário à decisão. Segundo o presidente do CFM, o aborto não está sendo apoiado e nem liberado. "Não estamos liberando o aborto. Vamos continuar julgando os médicos que praticam o aborto ilegal, até que, um dia, o Congresso Nacional torne o aborto não crime", alertou. A aprovação do aborto poderá ser restrita para os casos de fetos com anomalias incompatíveis com a vida e o aborto até a 12ª semana da gestação por vontade da mulher, desde que seja constatado por um médico e psicólogo a falta de condições psicológicas da mãe. Já para os conselheiros, o laudo médico ou psicólogo é dispensável. De acordo com as estimativas do Ministério da Saúde, em 2005 o país alcançou o total de 1 milhão de abortos induzidos.

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