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'Baiano bom é baiano morto': trabalhadores relatam falsas promessas e tortura em alojamentos de vinícolas no Sul

Promessa para deixar Bahia e trabalhar na Serra Gaúcha era de salário de R$ 2 mil, moradia e alimentação

Redação iBahia • 05/03/2023 às 15:32 - há XX semanas

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					'Baiano bom é baiano morto': trabalhadores relatam falsas promessas e tortura em alojamentos de vinícolas no Sul
Foto: Reprodução/ Globo

O relato de alguns dos 207 trabalhadores encontrados em condições análogas à escravidão, nos alojamentos que serviam às vinícolas Aurora, Cooperativa Garibaldi e Salton, ganhou espaço na mídia neste final de semana com o retorno do programa 'Globo Rural', exibido neste domingo (5).

Um dos trabalhadores enganados pela empresa terceirizada, Fênix Serviços Administrativos, que contratou os profissionais para o trabalho na colheita da uva e produção de vinho no Rio Grande do Sul, revelou que a proposta feita pelo contratante chegava a ser tentadora, até descobrir que tudo não passava de uma farsa.

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"Eu saí porque estava precisando de emprego, estava desempregado. Ofereceram R$ 2 mil, um mês; R$ 4 mil, dois meses… Passagem de ida, passagem de volta, alimentação, e um dormitório pra gente. Mas chegando lá foi tudo enganoso", conta.

Segundo o rapaz, que não teve a identidade revelada, o local era pequeno para comportar todos os funcionários e eles eram acordados aos gritos e queimados, caso não levantassem para trabalhar.

"Quando cheguei lá, o que encontrei lá era um alojamento. Me disseram que era uma pousada, um galpão com mais de 200 pessoas dentro, um quatro em frente ao outro com nove pessoas, a gente acordava 4h da manhã à base de grito, chamando a gente de demônio. 'Acorda demônio', 'acorda pra trabalhar', 'baiano bom é baianoo morto', 'se não trabalhar vai morrer'. Os que não conseguiam acordar pra trabalhar tomavam choque no pé. Ou murro na costela pra ter que acordar pra trabalhar."

A alimentação dos trabalhadores no alojamento era dividida em café da manhã que consistia em um pão com um café, meio-dia uma quentinha "azeda", e a noite não tinha comida para os funcionários.

O salário prometido também não era pago e as despesas profissionais saiam do próprio bolso deles. "Se perdesse uma bota, era R$ 200, R$ 300 pra pagar eles lá. Se perdesse uma luva, era pago eles lá".

A decisão de deixar o alojamento veio depois de receber ameaças. No dia 22 de fevereiro, uma força tarefa desarmou a ação que colocava os 207 trabalhadores em situação análoga à escravidão.

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