O governo boliviano prepara plano de segurança para a cidade San Matías, na fronteira com o Brasil, onde dois brasileiros foram queimados vivos. Serão reforçadas as presenças militar e policial no município. A decisão ocorre no momento em que o governo brasileiro cobra providências para evitar que episódios semelhantes voltem a ocorrer. Rafael Max Dias e Jefferson Castro Lima foram presos sob a acusação de matar três bolivianos para os quais tentavam vender uma motocicleta. Houve discussão e Rafael disparou contra os três. Presos, foram levados para a delegacia. Uma multidão indignada invadiu a delegacia e retirou Dias e Lima da cela. Na rua, foram linchados, os corpos encharcados com gasolina e queimados. Os policiais disseram que não houve como conter a multidão por falta de efetivo. O caso gerou uma reação do Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty, que divulgou nota repudiando o episódio. “A Embaixada em La Paz foi instruída a manifestar às autoridades bolivianas repúdio ao crime que vitimou os cidadãos brasileiros, instando-as a adotar medidas que evitem a ocorrência de situações similares e a proceder às investigações necessárias com toda a celeridade e rigor”, diz o texto. Nesta quinta-feira (16) o ministro do Governo da Bolívia, Carlos Romero, disse que há um projeto para construção de uma Estação Polícia Integral, destinada a fortalecer o efetivo policial e militar. “É uma área de violência intensa envolvendo drogas, carros roubados e a presença do Estado é fraca", reconheceu Romero. A região de San Matías fica perto de 100 quilômetros de fronteira, na qual vivem 70% de bolivianos e 30% de brasileiros. Segundo ele, as autoridades bolivianas buscam os culpados pela morte dos brasileiros e investigam o crime atribuído a eles. Carlos Romero disse que as autoridades brasileiras serão bem recebidas para a colaborar nas investigações.
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