O governo brasileiro decidiu nesta sexta (8) conceder asilo político ao senador boliviano Roger Pinto Molina, de 52 anos, líder da oposição no Congresso. O parlamentar boliviano estava refugiado na Embaixada brasileira em La Paz desde 28 de maio. Em nota, o Itamaraty diz que concedeu o asilo a Molina “à luz das normas e da prática do Direito Internacional Latino-Americano e com base no Artigo 4, Inciso 10, da Constituição Federal”. Molina fez o pedido de asilo político na semana passada. Ele alega sofrer perseguição por parte do governo de Evo Morales, por sua atuação em defesa dos direitos humanos. No entanto, Morales nega a acusação. O senador disse que a mulher dele, uma das três filhas do casal, e duas netas estão no Acre e as outras filhas e netos, na Bolívia. Ex-governador do departamento (estado) de Pando, na fronteira amazônica com o Brasil, o senador é acusado por autoridades locais de irregularidades. Uma reportagem do jornal La Razón, de La Paz, diz que o senador tem pelo menos 20 processos na Justiça, nos tribunais de La Paz, Santa Cruz, Sucre e Cobija, que se referem principalmente a acusações de desacato, venda de bens do Estado e corrupção. Na semana passada, autoridades do governo reagiram ao pedido de refúgio na Embaixada do Brasil. “Não há presos políticos ou perseguição política [na Bolívia], mas acusados de atos de corrupção e infrações penais. Se ele acredita que não cometeu esses crimes pode ficar feliz e se defender”, declarou o vice-presidente do país, Álvaro García Linera, à imprensa local.
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