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Brigas entre punks e skinheads cancelam shows no Brasil

Autoridades brasileiras monitoraram o movimento de grupos e descobriram que o show das bandas UK Subs e US Bombs seria usado como ponto de encontro entre arquirrivais

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13/09/2011 às 11:22 • Atualizada em 03/09/2022 às 6:14 - há XX semanas
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Skinhead paulista
Os shows que as bandas gringas UK Subs e US Bombs, dois ícones do punk rock mundial, fariam nas cidades do Rio de Janeiro, dia 11, no Circo Voador; Curitiba, dia 14, no Espaço Cult; e em São Paulo, dia 15, no Clash Club, foram todos cancelados. No site do UK Subs (www.uksubs.com) há uma nota informando que as apresentações foram canceladas depois que brigas entre punks e skinheads resultaram na morte de um jovem em São Paulo. Segundo a nota, autoridades brasileiras monitoraram o movimento desses grupos e descobriram que o show seria usado como um ponto de encontro para esses grupos e, para evitar confusões, os shows foram cancelados. Em nota oficial, a produtora não fala sobre o motivo do cancelamento mas informa que o reembolso do valor dos ingressos pode ser solicitado diretamente no ponto onde foi feita a compra. Confira a nota: "Informamos que por motivo de força maior estão CANCELADOS os shows das bandas UK Subs e US Bombs, que estavam agendados para o mês de outubro, nas cidades de Rio de Janeiro dia 11 no Circo Voador, Curitiba dia 14 no Espaço Cult e São Paulo dia 15 no Clash Club. A partir do dia 23 de setembro, aqueles que já compraram ingressos para os shows, poderão solicitar o reembolso junto ao ponto de venda onde o ingresso foi comprado". Morte em São PauloO jovem suspeito da morte do integrante de um grupo punk Johni Raoni Falcão, esfaqueado após uma briga contra skinheads São Paulo, foi preso na última sexta-feira, após a Justiça decretar sua prisão temporária. De acordo com a Polícia Civil, Guilherme Louzano Oliveira, 20 anos, era monitorado e foi conduzido ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) para prestar depoimento e, em seguida, saiu a decisão judicial.O crime aconteceu em Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, em frente à casa de shows Carioca Club, onde centenas de pessoas aguardavam para o show da banda de punk inglesa Cock Sparrer. De acordo com o porta-voz da PM de São Paulo, capitão Cleodato Moisés, a polícia foi avisada da possibilidade de confrontos pelo proprietário da casa noturna e pelo serviço de inteligência que monitorou as mídias sociais. Porém, mesmo com a presença policial, membros das gangues rivais se enfrentaram.Durante a briga, que envolveu mais de 200 pessoas, foram presos oito suspeitos, mas como não foi possível provar a participação de nenhum deles nas agressões, todos foram liberados pela polícia. Fábio dos Santos Medeiros, 21 anos, também foi agredido na confusão, sofreu traumatismo craniano e está no Hospital das Clínicas em estado grave. O corpo de Johni foi cremado na terça-feira (6). Segundo a polícia, 25 gangues de punks e skinheads atuam na cidade de São Paulo. Pancadaria na Bahia?Na capital baiana, o movimento punk e a presença de carecas - que normalmente seguem vertentes mais radicais -, não é algo tão comum nos dias de hoje tanto quanto nos metrôs de cidades como Londres ou São Paulo. Apesar disso, há relatos de tentativas de brigas entre um rapaz acompanhado de um grupo skinhead (careca) em um show de rockabilly da banda Les Royales, ocorido no Portela Café, dia 22 de julho, no Rio Vermelho.
Camisa de Vênus, principal banda de punk rock baiana
Na década de 80, auge do movimento punk na Bahia, com bandas de sucesso como o Camisa de Vênus e Gonorreia, porém, o tempo fechava quando os punks se encontravam com os carecas. Havia uma divisão entre os públicos roqueiros, embora eles tivessem um inimigo comum: os adeptos do gênero batizado de "Axé Music". Era comum haverem brigas entre os metaleiros e os punks. Os punks faziam shows no mesmo lugar que os head bangers, como o espaço Bleff (da dramaturga Aninha Franco, perto do Mercado do Peixe), Exodus Bar, no Rio Vermelho, Clube Império, na ilha de Itaparica, Teatro Solar Boa Vista ou a Faculdade de Arquitetura da UFBA. “A rivalidade rolava”, garante o jornalista Zezão Castro, no livro A Ferro e Fogo, que conta a história do rock 80 na Bahia.Ainda segundo o jornalista e pesquisador musical, os bangers achavam os punks medrosos e politizados demais. Os metaleiros eram considerados alienados, por cantar bruxarias e guturalidades ininteligíveis. Não raro se encontravam nos becos da Avenida Sete e se espancavam. Skinheads X Punks
Radicais de extrema direita: skinheads neo-nazistas
Skinhead (Cabeça raspada, em tradução livre) é uma subcultura originária dos jovens da classe operária no Reino Unido no final dos anos 60, e mais tarde espalhada para o resto do mundo. Chamados desta forma devido ao corte de cabelo, os primeiros skinheads se originaram dos mods britânicos, e foram fortemente influenciados pelos rude boys jamaicanos que imigraram para a Inglaterra nessa época, em termos de moda, música e estilo de vida.A subcultura skinhead era originalmente baseada nestes elementos, e não na política nem em questões raciais. No final dos anos 70, entretanto, a raça e a política viraram fatores determinantes, gerando divergências e divisões entre os skinheads. O espectro político dentro da cena skinhead abrange da extrema-direita a extrema-esquerda, apesar de que muitos skinheads sejam apolíticos.
Punk rockers
O movimento punk surgiu na Inglaterra, nos anos 60 como um protesto contra a selvageria industrial e o capitalismo que, em meio à crise econômica estabelecida na Europa, começava a mostrar a sua face mais cruel. Os funcionários demitidos e levados à margem da sociedade industrializada foram os pioneiros do chamado movimento punk. Os punks não concordavam com o ideal hippie. “Sua luta era contra a selvageria do sistema em que estavam. Suas roupas eram rasgadas pelo constante uso e seu visual tinha a intenção de chocar a conservadora sociedade inglesa. Eram os miseráveis contra a industrialização burguesa”, analisa Thiago Vieira em matéria para a revista virtual Rabisco.

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